Geração Roubada filme - trailer, sinopse e críticas

Entre 1880 e 1960, o governo australiano promoveu uma verdadeira agressão contra os aborígenes: as crianças mestiças eram seqüestradas pelo Estado e entregues a famílias brancas, para as quais trabalhavam. Molly Craig, de mãe aborígene e pai branco, fez parte da Geração Roubada. Em 1930, quando tinha 14 anos, ela, a irmã Daisy e a prima Grace foram levadas de Jigalong, onde moravam, para viver em um acampamento onde elas seriam preparadas para seu novo futuro. Sem poder falar seu dialeto e obrigadas a freqüentar a igreja anglicana local, as meninas teriam sua identidade cultural apagada aos poucos. Mas as três resolveram fugir.

Quase 2.500 quilômetros longe de casa, a única maneira de se guiar era acompanhando a cerca levantada pelos fazendeiros australianos para evitar que os coelhos se proliferassem pelo país. A "cerca à prova de coelho" inclusive dá nome ao livro escrito por Doris Pilkington, filha de Molly, que conta a saga da mãe pelo inclemente deserto australiano - com a polícia e um rastreador do acampamento atrás dela - e no qual este filme foi baseado. Dez anos depois de sua fuga, Molly, já com duas filhas, foi recapturada e fugiu novamente, mas só conseguiu levar consigo Annabelle, tendo de deixar Doris para trás.

Recentemente, o governo australiano tem feito um acerto de contas, reconhecendo seus erros na relação com os nativos, e Geração Roubada é mais um esforço para lançar luz sobre este período. Com cenas belíssimas mostrando o outback australiano, o longa emociona australianos e estrangeiros, com um tributo à vontade de viver e ser livre. No Brasil, o filme levou o prêmio do público da Mostra BR de Cinema de São Paulo em 2003. A trilha sonora foi composta por Peter Gabriel e indicada ao Globo de Ouro no mesmo ano. O inglês Kenneth Branagh faz uma ponta como o protetor geral dos aborígenes, a autoridade responsável pelos nativos no estado da Austrália Ocidental.