Hall não está sozinho. O britânico Terry Rapson (Ian Holm) compartilha de suas crenças sobre o desastre climático, e os dois mantêm contato enquanto acontecimentos incomuns tomam conta do mundo e colocam em pânico a população: furacões, que só se formam sobre o mar, aparecem em terra firme; ondas gigantescas engolem prédios em Nova York; pessoas na Escócia simplesmente são congeladas vivas em segundos. É o aquecimento global provocando o resfriamento global, por mais irônico que isso possa parecer. Hall já havia previsto essa reviravolta, mas não imaginava que ela viria tão cedo e de forma tão brusca. O resultado pode ser uma nova era glacial no planeta. E o professor ainda tem um drama pessoal: o filho, Sam (Jake Gyllenhaal), está preso em Manhattan com colegas de escola.
O que faz de O Dia Depois de Amanhã um filme-catástrofe diferente de produções recentes do gênero é que este congelamento da Terra (ou de parte dela) é uma possibilidade, enquanto invasões alienígenas e impactos de meteoros são mais improváveis - e não dependem do comportamento humano, ao contrário do aquecimento global. A diferença é que, segundo os cientistas, o desenrolar desta eventual tragédia levaria anos e não semanas. O filme tem um discurso moralista às vezes, e os políticos norte-americanos, personificados no insensível vice-presidente, são os vilões da vez, como o são na vida real ao se recusarem a assinar o Protocolo de Kyoto. Agenda política à parte, os efeitos especiais são o trunfo do filme. Cenas como a devastação de Los Angeles e a inundação de Manhattan impressionam por seu realismo, e mostram que o diretor Roland Emmerich pode ser considerado um especialista no gênero.
O Dia Depois de Amanhã
Diretor: Roland Emmerich
Elenco: Jake Gyllenhaal
País de origem: EUA
Ano de produção: 2004
Classificação: Livre