Robin Williams marcou uma geração como poucos artistas conseguiram fazer. De comédias infantis a dramas carregados de reflexão, o ator sempre protagonizou filmes que questionassem a tradição e sugerissem vidas mais humanas, substituindo a raiva e a ordem pelo riso e a poesia.
O Guia da Semana presta uma homenagem ao ator, que morreu na última segunda-feira, 11 de agosto, aos 63 anos, relembrando algumas das lições que esse professor nos deixou.
Comece o dia com bom humor
Bom Dia Vietnã (Barry Levinson, 1987)
Todos os dias, o radialista Adrien Cronauer acordava os soldados com um vigoroso “booooooooom dia Vietnã” e os preparava para mais um dia de guerra sob o som de rock n’ roll, quadros de humor e notícias do front. Seu comportamento lhe rendeu inimizades e repreensões, mas garantiu amigos muito mais valiosos e fez a vida de quem ouvia seus programas muito mais interessante.
Veja o mundo sob um novo ângulo
Sociedade dos Poetas Mortos (Peter Weir, 1989)
John Keating foi um dos personagens mais memoráveis de Robin Williams. Ex-aluno de uma escola extremamente rígida, ele retorna como professor de inglês, pronto para libertar todo o potencial questionador daqueles jovens estudantes. Rasgando páginas de livros, subindo nas carteiras (para mudar a perspectiva) e revivendo um antigo clube de leitura, Keating se torna um problema para a instituição, que teme o momento em que seus alunos começarão a fazer suas próprias perguntas.
Nunca se esqueça de que você já foi criança
Hook: A Volta do Capitão Gancho (Steven Spielberg, 1991)
Até Peter Pan cresceu, ganhou responsabilidades, um trabalho e uma família. Ele se esqueceu de que fora, um dia, Peter Pan, mas Wendy, Sininho e o Capitão Gancho (agora ameaçando roubar o afeto de seus filhos) fazem-no lembrar. Ele se lembra, também, de como a vida era uma aventura na Terra do Nunca, e percebe como sua vida real também pode ser, se ele deixar.
Verdadeiros amigos querem o melhor para você
Aladdin (John Musker e Ron Clements, 1992)
Depois de vencerem Jafar, Aladdin e o Gênio discutem sobre o último desejo. O Gênio sugere usá-lo para transformar o ladrão em príncipe, pois sabe que Jasmine é muito importante para o amigo e que eles não poderiam ficar juntos de outra forma. Apesar disso, Aladdin usa seu desejo para libertar o Gênio, realizando seu sonho e deixando-o partir, mesmo o querendo por perto.
Onde houver amor, haverá família
Uma Babá Quase Perfeita (Chris Columbus, 1993)
No final de “Uma Babá Quase Perfeita”, a sra. Doubtfire diz a uma criança cujos pais estão se separando que, onde houvesse amor, ela teria uma família no coração. Ela diz isso porque, sob toda a maquiagem, na verdade é Daniel, um pai divorciado que se disfarçou de babá para ficar mais perto dos filhos e, depois de muitos desentendimentos, conseguiu reconquistar a confiança da mãe para cuidar deles, porque mostrou seu amor.
Nunca comece um jogo sem conhecer as regras
Jumanji (Joe Johnson, 1995)
Especialmente se for um jogo misterioso, que soa como um tambor tribal e que pode te prender num mundo selvagem durante vinte anos.
Faça o melhor que puder com o tempo que você tem
Jack (Francis Ford Coppola, 1996)
Jack nasceu com uma doença genética e seu corpo envelhece quatro vezes mais rápido que os das outras pessoas. Em consequência disso, ele tem a aparência de um adulto, mesmo com apenas dez anos. Quando finalmente vai para a escola, ele descobre tanto as alegrias da vida quanto suas dores, e eventualmente percebe que não terá tanto tempo para aproveitá-los quanto seus colegas. Ele aprende, com isso, que todas as vidas são curtas, e que devemos nos esforçar para fazer com que elas sejam espetaculares.
Experiências valem mais do que mil livros
Gênio Indomável (Gus Van Sant, 1997)
Will é um gênio, isso ninguém pode negar. Ele tem memória fotográfica e devora facilmente todos os livros que encontra na universidade onde trabalha, mas é apenas um funcionário comum. Sean (Williams), seu terapeuta, enxerga além das aparências e percebe que o verdadeiro desafio de Will é se abrir para a vida “real”, da qual se afastou depois de um trauma de infância. E vida é experiência: o que você sabe de Michelangelo, diz ele, se não conhece o cheiro da Capela Sistina?
A diferença entre o sonho e o pesadelo é quem está ao seu lado
Amor Além da Vida (Vincent Ward, 1998)
Chris e Annie foram casados, se amaram e tiveram dois filhos, mas esses morreram. Torturados, os dois se afastam e Chris acaba morrendo num acidente. No céu, ele permanece conectado com Annie por meio das pinturas dela, mas ela não sabe e sente-se vivendo um pesadelo, pois está só. Seu sofrimento só acabará quando ele conseguir mostrar a ela que sempre estará ao seu lado, não importa onde.
Rir é o melhor remédio
Patch Adams – O Amor é Contagioso (Tom Shadyac, 1998)
A frase “rir é o melhor remédio” só se tornou clichê graças a ele, Patch Adams. Inspirado numa história real, o filme apresenta a vida do homem que questionou a medicina tradicional e decidiu incluir nos tratamentos o riso e a brincadeira. O resultado são pacientes com vontade de viver e força emocional para combater suas doenças.
Por Juliana Varella
Atualizado em 12 Ago 2014.