Se 2015 foi o ano em que grandes blockbusters conseguiram unir sucesso de bilheteria a elogios da crítica (foi assim com “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Jurassic World”, “Velozes e Furiosos 7”, “Missão: Impossível – Nação Secreta” e “Star Wars: O Despertar da Força”), e a diversidade foi a palavra de ordem, quais serão as principais tendências que dominarão os cinemas em 2016?
A julgar pelo calendário oficial de estreias, alguns temas e caminhos prometem se destacar nos próximos meses. Confira:
1. Filmes infantis com animais
Os animais têm povoado o cinema infantil há décadas, mas nenhum ano foi tão marcado pelo tema quanto será 2016, com pelo menos dez títulos protagonizados por animais ou ambientados em mundos selvagens. São eles: “O Bom Dinossauro”, “Zootopia”, “Pets – A Vida Secreta dos Bichos”, “Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, O Filme”, “Kung Fu Panda 3”, “Mogli – O Menino Lobo”, “Angry Birds”, “Procurando Dory”, “A Era do Gelo 5” e “Norm of the North”.
2. Girl Power
Hollywood finalmente aprendeu que filmes protagonizados por mulheres podem trazer grandes bilheterias, mesmo (e, talvez, especialmente) fora dos gêneros tradicionalmente reservados a elas – como romances e comédias românticas. Em 2016, veremos elencos femininos em comédias (“Ghostbusters”, “Irmãs”, “Como Ser Solteira”, “O Bebê de Bridget Jones”), filmes de ação (“A 5ª Onda”, “Orgulho e Preconceito e Zumbis”, “The Assassin”), biografias (“Joy”) e animações (“Moana”).
3. Heróis vilânicos, vilões heroicos
Heróis e vilões terão seus papeis questionados nas grandes franquias da DC e da Marvel em 2016. O primeiro filme do tipo a chegar aos cinemas será “Batman vs Superman”, que mostrará os dois super-heróis como inimigos numa batalha pelo direito de proteger os humanos. Depois, será a vez dos heróis lutarem entre si em “Capitão América: Guerra Civil”, que colocará o “time Capitão” contra o “time Homem de Ferro” numa guerra política. Por último, os vilões da DC são recrutados para ajudar o governo em “Esquadrão Suicida”, colocando suas personalidades psicóticas a favor de um bem maior.
4. Spin-offs
Esqueçam a linearidade das franquias nos cinemas. A tendência agora é contar histórias paralelas dentro de um mesmo universo ficcional, desenvolvendo diferentes personagens que não teriam espaço na trama central. Se isso já apareceu em 2015 com “Minions”, “Homem-Formiga” e “Os Pinguins de Madagascar”, em 2016 será muito mais comum. “Creed”, “Gambit”, “Star Wars: Rogue One”, “Esquadrão Suicida”, “O Caçador e a Rainha do Gelo” e “Animais Fantásticos e Onde Habitam” são alguns dos filmes que seguirão essa linha.
5. Escândalos
As histórias mais cabeludas dos bastidores do show bizz e da política saem das páginas dos jornais e chegam aos cinemas em 2016 (alguns, inclusive, já estrearam nos Estados Unidos no final de 2015). Em janeiro, destacam-se as biografias “Trumbo”, com Bryan Cranston no papel de um roteirista dos anos 40 colocado na “lista negra” por questões políticas; “Spotlight”, sobre uma equipe de jornalistas que descobre um caso de pedofilia na igreja católica; e “Truth”, sobre uma equipe de TV que investiga o ex-presidente George W. Bush. Já em março, chegam aos cinemas as comédias “Ave, César!”, sobre os atores problemáticos num estúdio de Hollywood, e “Especialista em Crise”, sobre uma assessora contratada para ajudar um político a ganhar as eleições a qualquer custo.
6. Sequências tardias
Esta não é uma tendência nova, mas é algo que deve continuar com força em 2016. Enquanto as novas franquias, como “Jogos Vorazes” e “Divergente”, chegam aos seus episódios finais, antigos sucessos ganham sequências depois de muitos anos, apostando na nostalgia do público. “O Tigre e O Dragão: Sword of Destiny” (Netflix), “Independence Day: O Ressurgimento”, “Procurando Dory”, “Casamento Grego 2” e “O Bebê de Bridget Jones” são alguns dos lançamentos previstos para este ano.
7. Outros modelos de cinema
Em 2015, a Netflix mostrou ao mundo que é capaz de produzir filmes tão bem quanto os grandes estúdios e assustou as redes de cinema ao anunciar que lançaria seu primeiro longa, “Beasts of No Nation”, simultaneamente nas salas e no canal. Isso foi só o início de um movimento de diversificação que está fazendo o público questionar a supremacia das redes de cinema e dos canais pagos sobre a exibição do conteúdo original. Em outras palavras, é possível que surjam novos serviços de streaming (ou não tão novos, como a HBO) produzindo e lançando filmes fora do circuito tradicional.
Por Juliana Varella
Atualizado em 11 Set 2016.