A adaptação de O Grande Gatsby por Baz Luhrmann foi um dos assuntos mais comentados do ano até agora, mas a prática não é nada nova: a literatura tem inspirado o cinema desde a sua criação, no início do século XX. Como prova disso, selecionamos 15 livros essenciais que ganharam versões cinematográficas em várias épocas.
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Confira 15 livros clássicos que foram adaptados para o cinema:
Romeu e Julieta – William Shakespeare (1591)
As peças teatrais escritas por Shakespeare se tornaram verdadeiros clichês no cinema, a começar por Romeu e Julieta, pai do melodrama. Na história, os amantes pertencem a famílias rivais e não podem ficar juntos – até que, por uma série de enganos, ambos acabam tirando suas vidas. Em 1968, Franco Zeffirelli adaptou o clássico com Leonard Whiting e Olivia Hussey nos papéis principais. Em 1996, foi a vez de Baz Luhrmann (o mesmo diretor de O Grande Gatsby) criar uma versão moderna e “pop” para o romance, com Leonardo DiCaprio e Claire Danes. Uma nova adaptação, nos moldes clássicos, está prevista para estrear este ano, com direção de Carlo Carlei.
Hamlet – William Shakespeare (1599)
Dentre as numerosas peças de Shakespeare, a tragédia do príncipe dinamarquês que vinga seu pai é, provavelmente, a mais explorada no teatro e no cinema até hoje. Entre muitas versões, destacam-se a de Laurence Olivier, que dirigiu e atuou no filme de 1948. Mel Gibson também viveu o príncipe na versão de Franco Zeffirelli em 1990, e Ethan Hawke foi Hamlet no filme de Michael Almereyda em 2000. Uma Nova adaptação está a caminho, sob a direção de Javor Gardev.
Fausto - Goethe (1806)
A lenda alemã, eternizada no livro de Goethe, foi uma das primeiras histórias a serem contadas pelo cinema: em 1907, quando um filme se limitava a um conjunto de sons precariamente sincronizados com imagens, Arthur Gilbert registrou toda a ópera de Fausto em vídeo. Já em 1926, o expressionista F. W. Murnau escalou Gösta Ekman para o papel do médico que faz um pacto com o demônio e, mais recentemente, Alexandr Sokurov chocou o mundo com sua versão da lenda, lançada em 2011.
Orgulho e Preconceito – Jane Austen (1813)
São poucas as mulheres que conseguiram entrar para o panteão literário mundial antes do século XX: Jane Austen é uma delas, com uma série de romances de época voltados para o público feminino, que formam um retrato da vida doméstica na Inglaterra do século XIX. Em 1940, o americano Robert Leonard dirigiu a adaptação “Orgulho” e, em 2005, Joe Wright atualizou a obra com Keira Knightley no papel principal.
O Conde de Monte Cristo – Alexandre Dumas (1844)
Como Shakespeare, o francês Alexandre Dumas também é um dos favoritos entre os roteiristas, com suas aventuras na realeza francesa. Em O Conde de Monte Cristo, um homem é mantido em cativeiro por 20 anos e, quando sai, orquestra sua vingança. A primeira adaptação que se tem registro data de 1934, por Rowland V. Lee. Em 2002, uma nova versão levou o ator Jim Caviezel ao estrelato, com direção de Kevin Reynolds.
Os Três Mosqueteiros – Alexandre Dumas (1844)
Precursor do gênero capa-e-espada, Os Três Mosqueteiros é um prato cheio para a televisão e o cinema, com suas histórias de aventura e lealdade entre amigos. Mais de dez versões cinematográficas são conhecidas, desde a de Fred Niblo, em 1921, até o sucesso de Paul W. S. Anderson, de 2011.
Madame Bovary – Gustave Flaubert (1857)
O lançamento do livro Madame Bovary foi um verdadeiro escândalo no coração do século XIX: por causa deste romance, Flaubert foi levado a julgamento sob acusação de incentivar o adultério. – tema que viria a ser um dos preferidos pelos cineastas no século seguinte. Em 1933, Jean Renoir lançou sua versão de Bovary, com Valentine Tessier. Isabelle Huppert também viveu a personagem, no filme de 1991 de Claude Chabrol. Ao que tudo indica, Mia Wasikowska será a próxima atriz a interpretá-la, na nova versão de Sophie Barthes marcada para 2014.
Os Miseráveis – Victor Hugo (1862)
Em 2012, Tom Hooper fez muita gente chorar com as interpretações emocionadas de um elenco escolhido a dedo, com vozes inesperadamente poderosas, liderado por Hugh Jackman. Mas as adaptações de Os Miseráveis (e nem estamos contando as teatrais) vêm de longa data: em 1925, Henri Fescourt já contava a história do ex-presidiário Jean Valjean no cinema, seguido por inúmeras versões nos anos 50 e 90, incluindo uma com Liam Neeson, em 1998.
Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll (1865)
Uma das personagens mais malucas da literatura mundial (criada, não por acaso, por um matemático) já teve uma infinidade de rostos no cinema. O filme mais antigo foi gravado em 1915, por W.W. Young, mas foram os estúdios da Walt Disney que reviveram a história para o público infantil, com a animação de 1951. Em 2010, Tim Burton assumiu a direção, trazendo uma versão adolescente de Alice (Mia Wasikowska), com foco na tecnologia de computação gráfica para criar um visual próprio.
Anna Karenina – Leon Tolstói (1873)
O filme de Joe Wright, lançado em 2012, pode ter sido um fiasco, mas não está só na história do cinema. Desde 1935, diferentes diretores já tentaram levar o clássico russo às telas – o primeiro foi Clarence Brown, com ninguém menos que Greta Garbo no papel da aristocrata.
O Retrato de Dorian Gray – Oscar Wilde (1890)
A trágica história do homem que se apaixona pela própria aparência, e que vê seu retrato acumular todos os seus defeitos ao longo dos anos, inspira cineastas há mais de um século. As primeiras adaptações datam de 1910, por Axel Strom, e 1917, por Richard Oswald. Já a mais recente, de Olivier Parker, é de 2009.
Drácula – Bram Stoker (1897)
O fenômeno atual dos vampiros deve seu sucesso ao britânico Bram Stoker, que criou o personagem sanguessuga em 1897. Desde então, vários atores passaram pelo papel mas nenhum ficou tão marcado quanto Christopher Lee: ele foi o conde Drácula em 1958 (Terence Fisher) e em 1970 (Jesús Franco). Antes dele, Bela Lugosi também arrepiou o público como o vampiro no filme de Tod Browning em 1931. Em 1992, Gary Oldman assumiu o papel para Francis Ford Coppola.
O Grande Gatsby – Scott Fitzgerald (1925)
Baz Luhrmann trouxe o clássico americano de volta aos holofotes em 2013 com a ajuda da Prada e da Tiffany & Co, o que causou uma certa antipatia na crítica especializada. Porém, não se pode negar que as atuações de Leonardo DiCaprio e Carey Mulligan dão um banho na dupla Robert Redford e Mia Farrow, que protagonizou o filme anterior de Jack Clayton, em 1974.
Fahrenheit 451 – Ray Bradbury (1953)
Este clássico da ficção científica, que mostra a queima de livros como modo de controle da população (em distopia semelhante a 1984, de George Orwell), ganhou apenas uma versão para o cinema. Mas não foi qualquer versão: quem adaptou a obra foi o francês François Truffaut, expoente da nouvelle vague e parceiro de Jean-Luc Godard no início do movimento.
Lolita – Vladimir Nabokov (1955)
Apesar de relativamente recente, o livro do russo Vladimir Nabokov também foi muito bem representado nos cinemas: em 1962, Stanley Kubrick filmou a história da ninfeta Lolita (vivida por Sue Lyon), enteada de um professor de poesia que se apaixona por ela. Em 1997, Adrian Lyne regravou a história com a atriz Dominique Swain.
Por Juliana Varella
Atualizado em 28 Out 2013.