Você acreditaria se te dissessem que, de alguma forma, os tablets já existiam em 1968? Ou que o bluetooth já tem 60 anos de existência? Não que estas tecnologias já tivessem adentrado as casas das pessoas, mas já haviam sido pensadas e retratadas em filmes como "2001 - Uma odisseia no espaço", de Stanley Kubrick, e "Fahrenheit 451", de François Truffaut.
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Se estes itens já existiam, de certa forma, em meados do século passado, fica um dilema no ar: os autores das obras que inspiraram estes filmes e diretores previram o futuro ou os "inventores" do mundo em que vivemos hoje copiaram as tecnologias que a literatura e o cinema criaram? Complexo...
Tempos Modernos (1928) - Celular
A genialidade das obras de Charlie Chaplin é inquestionável. E, não bastasse toda a criatividade do multi-artista, durante as filmagens de "Tempos Modernos" - talvez a sua obra mais conhecida - Chaplin captou uma transeunte falando, ao que tudo indica, num celular! Se a cena foi proposital ou não, nunca vamos saber, mas isso nós leva a crer que: ou Chaplin era muito esperto, ou nasceu com as costas viradas para a Lua. A imagem abaixo não está lá essas coisas, mas tem um vídeo que dá pra captar melhor a mensagem.
2001 Uma odisseia no espaço (1968) - Tablet
Esta é para os Apple maníacos de plantão. Lá no final da década de 60, quando Stanley Kubrick lançou "2001 - Uma Odisseia no Espaço" - baseado na obra de Arthur C. Clarke -além do robô Hal 9000, outra tecnologia, supostamente inexistente na época, já aparecia no filme: o tablet. Este fato deu o que falar e foi até usado em 2011 na ação judicial entre Samsung e Apple sobre a patente do design do iPad e outros gadgets.
De volta para o futuro II (1989) - Sustentabilidade
Em "De volta para o Futuro II", o Dr. Emmett Brown foi responsável por uma das façanhas mais desejadas pelo ser humano: a viagem no tempo. Apesar de hoje em dia ainda não existir um Delorean que te leve pra (re)assistir o show do Queen no Rock in Rio, versões adaptadas de algumas tecnologias do filme já estão disponíveis para nosso usufruo. Na segunda parte da trilogia, latinha de cerveja e casca de banana são processados no "Mr. Fusion" do Delorean e se transformam em combustível para a máquina do tempo, enquanto, nos dias de hoje, os gases provenientes do lixo estão sendo testados como alternativa ao petróleo. Já a jaqueta auto-secante do Marty McFly não só foi inventada como é melhor que a versão fictícia: agora, ela nem chega a molhar.
O Demolidor (1993) - Carro automático
O sistema de criogenia, que permite congelar e descongelar o bandido (Wesley Snipes) e o mocinho (Sylvester Stallone) no filme "O Demolidor", ainda não está disponível no mercado real. Porém, algumas modernidades revolucionárias do filme estão prestes a fazer parte do dia-a-dia do ser humano, como o carro que "dirige" sozinho (tipo o Google Auto-Driving car), e outras já foram incorporadas ao cotidiano de alguns, como o leitor de íris e o reconhecedor de voz.
1984 (1956) - Câmeras
Em seu romance "1984" - adpatado para as telas por Michael Anderson -, George Orwell já previa um futuro em que as pessoas e o espaço público seriam constantemente vigiados por câmera, enquanto o ditador do Estado de Oceania, "Big Brother", assistiria a tudo e todos. Nos tempos atuais, não só temos câmeras de segurança espalhadas por, praticamente, todos os lugares das grandes cidades, como podemos "desfrutar" do nosso próprio Big Brother em forma de reality show.
007 - Goldfinger (1964) - GPS
Eterno aliado e salvação dos motoristas assumidamente perdidos (e pros enrustidos também), O GPS chegou e virou item indispensável pra qualquer cidadão que se locomova, dirigindo ou não. Apesar do primeiro teste com um aparelho só ter acontecido em 1982, James Bond já usava um GPS em seu Aston Martin em 1964, no filme "007 - Goldfinger". Outras tecnologias recentes no mercado já eram utilizadas pelo agente secreto em outrora, como o bip/pager em "Moscou Contra 007" (1963) e a câmera à prova d'água em "007 Contra a Chantagem Atômica" (1965).
Fahrenheit (1966) - Bluetooth
Resumida e toscamente falando, o bluetooth é uma tecnologia de baixo alcance que possibilita a troca de informação sem necessidade de fio. O conceito surgiu na década de 90 e foi desenvolvido pelos suecos Jaap Haartsen e Sven Mattisson . Não obstante, o autor norte-americano, Ray Bradbury já tinha cantado a bola lá em 1953, quando escreveu "Fahrenheit 451" e inspirou François Truffaut e contar a sua história no cinema. No livro e no filme de Truffaut, a sociedade é movida pela TV e utiliza pequenos fones de ouvido sem fio, chamados seashell, que se assemelham, e muito, aos atuais fones bluetooth.
Por Juliana Andrade
Atualizado em 5 Ago 2013.