Mais um conto de fadas da sua infância está chegando aos cinemas, numa versão mais grandiosa, mais exuberante e muito mais ambiciosa do que o clássico animado dos anos 90. “A Bela e A Fera” é, até hoje, um dos filmes mais populares entre os clássicos da Disney, e a notícia de um remake com atores gerou todo o tipo de expectativas nos fãs. Uma pergunta, porém, não quer calar: o quão fiel é a nova versão em relação ao filme de 1991?
O Guia da Semana assistiu à nova produção e comparou ponto a ponto. Confira:
Pontos em comum:
Canções
Todas as canções conhecidas de cor pelos fãs da animação de 1991 estão de volta na versão em live action, com alterações mínimas na letra (nada tão traumatizante quanto as mudanças para o teatro). Destaque para o número de abertura, quando os camponeses cantam sobre a estranheza de Bela.
Cenas icônicas
A nova produção teve o cuidado de manter as cenas mais icônicas da animação praticamente intocadas. Espere, portanto, voltar à infância com a dança das louças no jantar, a batalha de bolas de neve no jardim ou a grande guerra entre objetos e humanos no hall do castelo, no final (com direito ao cabide boxeador!).
Céline Dion
A música-tema “Beauty and the Beast” ganhou uma nova versão nas vozes de John Legend e Ariana Grande, mas Céline Dion – a intérprete da versão original – deu um jeitinho para marcar presença no remake. É ela quem canta a música que sobe nos créditos, “How Does a Moment Last Forever”.
Diferenças:
Novas partes da história
No longa que chega aos cinemas nesta quinta, conhecemos um pouco melhor o passado de Bela, descobrindo o que aconteceu com sua mãe, por que ela foi criada por seu pai e por que gosta tanto de rosas. Também podemos ver Bela em ação como uma inventora e alfabetizadora de meninas no vilarejo, mesmo que isso não seja melhor explorado no decorrer do filme. Já do lado da Fera, também temos um breve relance de sua juventude, no que sugere uma relação conflituosa com o pai, mas nada muito aprofundado.
Novas canções
Uma mudança que pode incomodar os fãs é a introdução de novas canções em alguns pontos do filme. Não que as melodias não sejam belas ou que as interpretações dos atores não estejam perfeitas, mas as letras – agora escritas por Tim Rice no lugar de Howard Ashman (que faleceu no ano de lançamento da animação) – deixam a desejar. Mais explícitas e descritivas, elas perdem força ao lado das poéticas e criativas canções de Ashman, e acabam se tornando uma distração indesejada.
As bibliotecas
Quando as primeiras imagens de divulgação mostraram Bela sobre uma escada numa enorme estante de livros, todos imaginamos que aquela era a cena inicial, quando ela aluga novamente o mesmo livro na biblioteca da cidade, certo? Errado. Aquela, na verdade, é a biblioteca da Fera – grande e bonita, mas nem de perto tão colorida e encantadora quanto a da animação. A “biblioteca” que Bela usa na cidade, por sua vez, é uma minúscula coleção de livros reunida pelo padre – e ela não escolhe um livro repetido porque quer, mas sim porque é a única opção. Um detalhe pequeno, mas que muda tudo!
O castelo esquecido
Uma das novidades mais interessantes da nova versão não está na história da Fera ou da Bela, mas sim na do castelo. Afinal, quando o príncipe e seus funcionários foram amaldiçoados, todo o lugar se tornou uma espécie de castelo-fantasma, inclusive saindo da rota dos comerciantes (lembram-se da forma misteriosa como o pai da Bela encontra a estrada?). Mas, se é assim, o que aconteceu com o reino? Neste filme, é explicado que os súditos que viviam nas redondezas do castelo (incluindo um certo vilarejo) tiveram suas memórias apagadas e, por isso, ninguém sabe da maldição ou que ali um dia viveu um príncipe.
Piscadelas à época
Escrito no século XVIII, “A Bela e A Fera” é vagamente ambientado em algum ponto da Era Vitoriana, mas a animação dos anos 90 nunca teve a intenção de ser historicamente acurada. O live-action, por sua vez, brinca um pouco mais com essa origem, mostrando, por exemplo, o príncipe usando uma versão sinistra da maquiagem típica da realeza ou Bela sendo vestida como uma “dama”, com um traje volumoso e uma peruca branca escandalosa. Além disso, na famosa sequência da dança, a valsa é substituída por uma dança da corte, com menos contato físico, exceto pela cena mostrada no trailer.
Por Juliana Varella
Atualizado em 15 Mar 2017.