Chega aos cinemas no dia 15 de novembro o novo e esperadíssimo filme de Woody Allen, Blue Jasmine. Enfim, um drama como há muito tempo não se via nas mãos do diretor americano, cruel e impiedoso com sua protagonista – que não poderia ser interpretada por outra senão Cate Blanchett, em atuação de tirar o fôlego. Literalmente.
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Nascida Jeanette, adotada e criada em São Francisco por uma família comum, Jasmine (Blanchett) inventou uma nova vida para si assim que teve a chance: largou a faculdade, mudou de nome e foi se casar com um homem rico em Nova York.
Na medida do possível, Jasmine também tentou fingir que não tinha família. Mas tinha Ginger (Sally Hawkins), sua irmã adotiva, e é para a casa dela que decide ir quando seu castelo de cristal desmorona. Casada com um vigarista, Jeanette-Jasmine perdeu tudo, das pulseiras de brilhantes ao equilíbrio mental. Quanto ao último, fica a dúvida se ela algum dia o tivera.
Jasmine, como notaram os cinéfilos após as primeiras exibições em festivais, ecoa o drama de outra socialite: a iludida Blanche DuBois de “Um Bonde Chamado Desejo” (peça de Tennessee Williams adaptada para os cinemas por Elia Kazan), personagem que inclusive já foi interpretada por Blanchett nos palcos. A protagonista de Allen, porém, é mais perturbada e infinitamente mais decadente.
Entre delírios nas ruas e acessos de raiva com a irmã e o cunhado Chilli (Bobby Cannavale), ou num discurso no mínimo assustador diante de duas crianças, a história de Jasmine vai sendo construída em flashbacks. Aos poucos, ela revela sua compulsão por mentiras, seu preconceito contra a classe média (Ginger e Chilli não podem ser considerados exatamente pobres, vivendo numa casa bastante confortável para a maioria dos espectadores), sua natureza interesseira e mesquinha. Ela não é uma heroína, não torcemos por ela – sentimos pena, o que é pior.
A loucura de Jasmine não é o único alvo de Allen, que cria estereótipos só para quebrá-los no minuto seguinte. Ginger, Chili, até mesmo a pequena senhorinha que aparece nos primeiros minutos de filme, ninguém é o exemplo de integridade moral ou bondade pura. Fica claro que este é um Woody Allen de corpo e alma: nenhum personagem está a salvo do olhar crítico do mais rabugento dos diretores de Hollywood. Jasmine que o diga.
Assista se você:
- É fã dos filmes “sérios” de Woody Allen
- É fã de Cate Blanchett
- Quer ver um filme pesado e leve ao mesmo tempo, daqueles que ficam com você após a sessão
Não assista se você:
- Não gosta dos filmes de Woody Allen
- Não gosta de dramas humanos
- Procura um filme fácil, para se divertir num sábado à noite
Por Juliana Varella
Atualizado em 14 Nov 2013.