No final da Segunda Guerra Mundial, uma equipe de acadêmicos americanos se infiltrou no front para identificar e resgatar obras de arte – sequestradas por Hitler para seu futuro museu, roubadas pelos russos por dinheiro ou, simplesmente, destruídas pela guerra. A história detalhadamente descrita por Robert M. Edsel no livro “Caçadores de Obras-Primas” ganha agora sua versão para os cinemas, sob direção de George Clooney e elenco estelar.
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Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Jean Dujardin, Hugh Bonneville e Bob Balaban se unem a Clooney (também protagonista) na nobre missão, alheios ao fato de que sua mera presença nos territórios em guerra pode significar sua morte.
A princípio, os “Caçadores de Obras-Primas” viajam com o plano de informar os exércitos sobre as obras e orientar sua ação para que não as destruam. Previsivelmente, eles não encontram muita ajuda ali e acabam agindo sozinhos – fardados e armados, mas pateticamente despreparados.
Isso poderia ser uma fonte rica de piadas (afinal, temos Goodman e Murray juntos, por que não aproveitar?) ou, no extremo oposto, poderia desencadear uma série de tragédias e transformar a inocente aventura artística num violento retrato da guerra. Fosse qual fosse o caminho, o final necessariamente traria aquela epifania sobre a importância da arte para a humanidade e o público sairia do cinema repensando tudo o que achava que sabia sobre museus.
Bem, não é exatamente o que acontece. Nem cômico nem trágico, o filme de Clooney se aloja preguiçosamente no meio de campo, deixando escapar poucas piadas (repetidas exaustivamente) e uma ou outra cena mais dramática (como a bela sequência da vitrola, que preenche o acampamento com uma gravação da família de um dos “caçadores”).
Quem poderia chacoalhar um pouco as emoções era a personagem de Cate Blanchett. Parisiense, ela trabalhara num museu comandado por nazistas e sabe o paradeiro de todas as obras francesas. Ela tem seu irmão assassinado pelos alemães e nutre uma paixonite pelo personagem de Damon, mas nada disso se desenvolve o suficiente.
Entretidos, porém levemente desapontados com a caçada a Picassos e Michelangelos, esperamos ansiosamente por um final recompensador. Que não vem.
As obras-primas ficam apenas no título e nos discursos inflados de Frank Stokes (Clooney). Mas nada da beleza de um David... Nada do mistério de Monalisa. Apenas a frieza de uma apresentação de slides, que parece especialmente projetada para um público que não se interessa por arte. Pobre de quem se interessa.
Assista se você:
- Quer ver um filme com bons atores
- Procura um filme para se divertir, sem se aprofundar muito
- Se interessa pela história das guerras ou da arte
Não assista se você:
- Espera ver um filme de história tão provocador quanto "Bastardos Inglórios"
- Não se interessa por artes clássicas
- Procura um filme "forte" sobre a guerra
Por Juliana Varella
Atualizado em 16 Fev 2014.