Finalmente chegaram as férias para Cirilo, Maria Joaquina e os demais alunos da escola Mundial. Antes de se despedir, porém, uma de suas colegas tem uma proposta irrecusável: levar a turma toda para o acampamento do seu avô (Orival Pessini), Panapaná. O primeiro filme da novela infantil do SBT, “Carrossel”(remake da produção mexicana de 1989), chega aos cinemas no dia 27 de julho trazendo uma história cheia de brincadeiras, armadilhas, romances e muita música.
Desta vez, os alunos não estão acompanhados pela professora Helena (Rosanne Mulholland, que saiu para gravar a novela “Alto Astral” na Globo), mas têm a supervisão da diretora Olívia (Noemi Gerbelli) e da faxineira Graça (Márcia de Oliveira), que viajam com eles para a colônia de férias. Lá, as crianças se dividem em duas equipes para competir em provas na natureza, como corrida na lama e tirolesa, enquanto aprendem lições sobre amizade e companheirismo.
Os vilões são interpretados com carisma e uma boa dose de humor por Paulo Miklos e Oscar Filho, que faz o capanga trapalhão cheio de caras e bocas. Sua missão é sabotar o acampamento para que o dono perca sua licença e eles possam comprar o terreno e construir uma fábrica.
O filme acerta ao colocar os protagonistas numa grande gincana, provocando situações engraçadas e competitivas entre os pequenos rivais. Também é um tiro certo mostrá-los como os heróis, que, inspirados por clássicos do cinema como “Esqueceram de Mim” (a referência é um dos melhores momentos do filme), decidem enfrentar os inimigos à sua maneira.
O problema de “Carrossel” é, como em muitos outros longas nacionais, a insegurança crônica. Para seus diretores, não basta mostrar: é preciso colocar em palavras e mastigar tudo o que o público possa, por ventura, não ter compreendido entre uma ação e outra. É preciso contar ao espectador que o vilão odeia crianças e flores, mesmo que ele já tenha demonstrado isso com clareza; é preciso deixar bem claro que os personagens são amigos e se amam apesar das brigas – e fazê-los cantar com essas palavras, mesmo que eles já tenham se abraçado e feito as pazes.
Apesar dos tropeços, “Carrossel” deve agradar às crianças com uma trama divertida e bem-humorada, números musicais bem feitos e personagens cativantes. Para os pais, a experiência provavelmente não será tão satisfatória, mas o filme não chega a cansar. Por um momento a mais com os filhos, o esforço vale a pena.
Por Juliana Varella
Atualizado em 8 Jul 2015.