Mais um herói dos quadrinhos acaba de ganhar sua versão para os cinemas e está pronto para se unir a Vingadores e Guardiões no universo cinemático da Marvel. “Homem-Formiga”, que estreia no dia 16 de julho, conta a origem do personagem que, com a ajuda de uma roupa especial, é capaz de encolher até o tamanho de um inseto, enquanto ganha uma força sobre-humana e consegue se comunicar com formigas.
O longa passou por uma série de mudanças antes de sair do papel. A mais polêmica delas foi a direção, já que Edgar Wright estava ligado ao projeto desde 2006, mas, depois de diversos adiamentos e desentendimentos sobre a “visão do filme”, decidiu se afastar. Quem assumiu a batata-quente foi Peyton Reed (“Sim Senhor”), que conseguiu realizar um trabalho satisfatório, apesar de bem menos impactante que os demais longas da marca.
Wright, mesmo fora do comando, ainda assina a produção e o roteiro, escrito a oito mãos por ele, Joe Cornish, Adam McKay e Paul Rudd – o ator principal do filme. Rudd é Scott Lang: o ladrão bem-intencionado que logo se transformará no herói do título. Carismático sem ser muito cômico, ele segura bem o papel, criando uma empatia imediata com o público desde sua primeira aparição, durante uma briga num presídio.
A história é simples: um engenheiro (Hank Pym, interpretado por Michael Douglas) é afastado da própria empresa após se negar a fornecer a fórmula de sua descoberta mais poderosa – uma roupa que encolhe e pode transformar qualquer soldado numa arma invencível de guerra. Quando seu sucessor (Darren Cross/Corey Stoll) decide retomar a pesquisa e recriar a tecnologia para uso militar, Pym recruta um ladrão (Lang/Rudd) para vestir sua antiga roupa e impedir um desastre.
A situação de Lang é análoga à de Pym, já que os dois têm filhas com quem tentam se reconectar e esposas que perderam no meio do caminho. Porém, o “mistério” que cerca a mulher de Pym pode ser compreendido já nos primeiros minutos, deixando dicas do que acontecerá a Lang no final e tornando toda a aventura bastante previsível.
Quem salva o filme, condenado pelo enredo fraco, é o elenco, que mostra uma química boa em cena e consegue arrancar algumas risadas com a espontaneidade de seus personagens. Nesse ponto, destacam-se Rudd, Douglas e Michael Peña, que interpreta um colega de roubos de Lang e é o principal alívio cômico da equipe. Evangeline Lilly também tem um papel importante como a filha de Pym e braço direito de Cross, mas essa ambiguidade não chega a ser explorada de fato.
Outro ponto forte são os efeitos visuais, que impressionam tanto na transição entre as cenas de tamanho real e miniatura (que fluem naturalmente de um extremo a outro), quanto nas sequências de ação que envolvem formigas, cuidadosamente bem feitas para interagir com o herói sem parecerem falsas nem realistas demais.
Mais infantil que seus colegas de estúdio, “Homem-Formiga” chega aos cinemas para preencher o espaço entre “Era de Ultron” e “Guerra Civil”, apresentando um novo personagem sem interferir nos acontecimentos dos outros filmes. A aventura, porém, vem bem amarrada ao restante do universo heroico, trazendo citações, referências e até uma participação especial, além da tradicional cena pós-créditos (aguarde até o final).
Por Juliana Varella
Atualizado em 14 Ago 2015.