Vinte anos se passaram e, finalmente, chegou a hora de voltar aos Estados Unidos e ver alguns pontos turísticos serem dizimados por uma nave gigante alienígena enquanto presidentes, cientistas e soldados tentam descobrir como destruí-la. “Independence Day: O Ressurgimento ”, sequência do sucesso de 1996, estreia nos cinemas no dia 23 e nós fomos conferir.
O filme é mais ou menos o que qualquer um espera de um Roland Emmerich (que também dirigiu “Godzilla”, “O Dia Depois de Amanhã” e “2012”, além do primeiro “Independence Day”): destruição em massa, engarrafamentos épicos, algumas piadinhas para quebrar o gelo e um sacrifício heroico no final. Do longa original, faltou apenas Will Smith – ocupado demais com “Esquadrão Suicida” para participar da sequência.
O filme se passa duas décadas após o anterior e, nesse tempo, a humanidade se uniu para explorar a tecnologia alienígena e evoluir seu arsenal, preparando-se para um novo encontro. Logo no início, reencontramos Patricia Whitmore (Maika Monroe, de “Corrente do Mal”) e seu pai, o ex-presidente Whitmore (Bill Pullman), agora apoiado numa bengala e sofrendo com ataques de ansiedade.
Dois erros de continuidade se revelam aí: apesar da Casa Branca ter sido destruída e, aparentemente, reconstruída, Patricia fala dela como se fosse o mesmo lugar onde passou sua infância. Já o ex-presidente abandona a bengala após algum tempo e se descobre forte, saudável e sem nenhum problema de mobilidade. Estes são apenas alguns dos escorregões da produção, que também traz um David Levinson (Jeff Goldblum) mais caricato e sem a inclinação ambientalista do primeiro filme e um Dr. Okun (Brent Spiner) absolutamente vivo, após ter sido morto (com direito à checagem de pulso) no episódio anterior.
O longa trata de renovar o elenco com alguns rostos conhecidos: além de Maika, Liam Hemsworth (“Jogos Vorazes”) interpreta o piloto Jake Morrison, Jessie T. Usher é o filho do personagem de Will Smith, Dylan Hiller, e Charlotte Gainsbourg vive uma psicóloga que investiga os símbolos alienígenas. Judd Hirsch retorna ao papel de Julius Levinson, pai de David, liderando do núcleo mais cômico.
Quem espera pelos efeitos visuais grandiosos não vai se decepcionar – há tantas explosões, tiros e tremores que Michael Bay ficará com inveja – mas o impacto, apesar de tudo, não é o mesmo de vinte anos atrás. Em parte porque já ficamos acostumados com o cinema-catástrofe e, em parte, por que, na época, “Independence Day” demorou a revelar a nave e suas intenções, fazendo dessa expectativa uma grande tensão. Não é o caso aqui: quando menos percebemos, a nave-mãe já destruiu metade de Londres e está aterrissando no quintal da Casa Branca - literalmente.
Apesar de Goldblum e Pullman segurarem as pontas, o filme sofre com personagens mal aproveitados ou, simplesmente, pouco carismáticos (como é o caso de Hemsworth, que faz as vezes de herói). Hiller promete ter um papel importante (afinal, ele tem um histórico...), mas isso não acontece. Sua relação com Morrison é a de rivalidade que se transforma em amizade, mas os dois nunca chegam a desenvolver uma química em cena. Já Patricia, que também é piloto, tem sua chance de brilhar e fazer algo marcante, mas é logo impedida e precisa se contentar com alguns poucos segundos de voo, seguidos de um resgate heroico do namorado.
“Independence Day 2” é feito para quem procura um filme de grandes proporções e, em algumas cenas específicas, ecoa outros épicos como “Star Wars”, “Armageddon” e o próprio precursor. Vinte anos atrás, porém, “Independence Day” teve um orçamento de US$ 75 mi e arrecadou mais de US$ 800 mi mundialmente, crescendo para se tornar um clássico. Com um orçamento estimado em US$ 200 mi e um hype que se recusa a crescer, será difícil para a sequência repetir o feito.
Por Juliana Varella
Atualizado em 25 Jun 2016.