Enfim chegou o último mês do ano e, com ele, começam a aparecer os tradicionais filmes despretensiosos para descansar a mente. “O Natal dos Coopers”, comédia que estreia no dia 3 de dezembro, é uma dessas produções: tem todos os ingredientes infalíveis para agradar, incluindo um elenco famoso, mas não vai deixar grandes marcas.
Este é o primeiro trabalho de Jessie Nelson na direção desde o drama “Uma Lição de Amor”, de 2001, e o roteiro é assinado por Steven Rogers, de “Kate & Leopold” e “Lado a Lado”. Como naqueles filmes, “O Natal dos Coopers” também aposta numa mensagem otimista e em personagens que buscam uma espécie de redenção, mas, neste caso, o clima é bem mais leve.
Aqui, acompanhamos seis histórias paralelas envolvendo pessoas de uma mesma família, nas horas que antecedem o jantar de Natal. Enquanto uns vivem novos amores, outros lidam com a separação ou tentam encontrar seu lugar no mundo, sozinhos. No percurso, discutem diferenças religiosas, políticas, de gênero e idade, mas tudo em doses inofensivas, suficientes apenas para mostrar a magia agregadora da data.
Existe uma intenção de mostrar como as pessoas tentam manter aparências diante da família, e como essas mentiras alimentam uma tensão crescente durante o jantar, mas isso não consegue ser sustentado além da intenção. Na prática, tudo se resolve facilmente e sem atritos - afinal, é Natal.
Apesar de contar com grandes humoristas como John Goodman e Ed Helms, o filme não consegue criar boas situações de humor e acaba cedendo mais para o drama familiar. Diane Keaton e Marisa Tomei ajudam a dar peso e a criar uma identificação com o público, enquanto Amanda Seyfried e Olivia Wilde garantem o lado jovem e romântico do mosaico. Anthony Mackie faz uma participação interessante, mas mal aproveitada.
Da escolha dos atores à narração, feita pelo cachorro da família (com voz de Steve Martin), tudo parece calculado para agradar - e isso, talvez, seja o motivo pelo qual não nos emocionamos com a história. “O Natal dos Coopers”, afinal, é apenas mais um filme natalino, exatamente como prometeu ser. Ideal para descansar.
Por Juliana Varella
Atualizado em 4 Dez 2015.