Às vezes, tudo o que os fãs esperam de um remake é que ele seja fiel ao original. No caso de “Poltergeist – O Fenômeno”, o diretor Gil Kenan (“A Casa Monstro”) segue essa regra à risca e recria todos os momentos clássicos, mas também se empenha em atualizar o terror para uma plateia muito mais acostumada a filmes com espíritos e criancinhas mediúnicas do que há 30 anos.
Para quem não conhece o filme de 1982, escrito por Steven Spielberg, tudo começa quando uma família com três filhos se muda para uma nova casa. Lá, um grupo de espíritos agressivos (um Poltergeist, como chama o especialista) começa a mover objetos e fazer barulhos e, eventualmente, sequestra a criança mais nova, usando a eletricidade da casa para se comunicar (por exemplo, pela televisão).
Na nova versão, que chega aos cinemas nesta quinta (21 de maio), Sam Rockwell e Rosemarie Dewitt são os pais, enquanto Saxon Sharbino, Kyle Catlett e Kennedi Clements interpretam os filhos. Já Jared Harris vive um caçador de fantasmas que vem para socorrer a família, mais ou menos no papel que antes pertencera a Zelda Rubinstein.
A trama se mantém idêntica, com pequenas diferenças, mas a intensidade dos sustos é exponencialmente maior. No lugar da criatura esquisita que saíra do armário nos anos 80, Kenan nos oferece uma centena de corpos putrefatos, cobrindo as paredes e o chão de seu universo paralelo. A mão que sai da TV no original se transforma, aqui, num conjunto de palmas aparecendo do outro lado da tela e o palhaço que aterroriza o filho, no remake, ganha a companhia de vários outros. Por outro lado, algumas cenas icônicas ganham referências bem mais modestas, como a dos esqueletos no jardim.
Para novas audiências, o longa promete suprir a expectativa de sustos e arrepiar com sequências muito bem feitas, sem desperdiçar o roteiro de Spielberg. Para os mais nostálgicos, porém, o filme pode parecer apressado e menos sofisticado que o original. De qualquer forma, o medo é garantido.
Por Juliana Varella
Atualizado em 21 Mai 2015.