Guia da Semana

2016 realmente não está sendo um ano para amadores. Depois de nomes como Gene Wilder e David Bowie, o mundo se despediu da atriz Carrie Fisher na última terça-feira, 27 de dezembro. Fisher sofrera um ataque cardíaco durante uma viagem de avião e passou dias no hospital, mas não resistiu. Amigos e colegas lamentaram sua partida e fãs inundaram a internet com homenagens emocionadas, mas o que tem emergido de mais positivo desse luto coletivo tem sido o reconhecimento de um trabalho além do papel que marcou sua vida e sua carreira – o da Princesa Leia em “Star Wars”.


Sempre bem-humorada, Fisher tinha como companheiro fiel seu buldogue Gary


Fisher, que foi alçada à fama aos 19 anos com o primeiro episódio da franquia, na verdade já era bastante íntima desse universo das celebridades: filha de Debbie Reynolds (“Cantando na Chuva”) e Eddie Fisher – que se casaria depois com Elizabeth Taylor (“Cleópatra”), ela sempre cultivou uma visão crítica e sarcástica sobre Hollywood. Mais tarde, ela usaria esse sentimento para escrever diversas autobiografias ou ficções semi-autobiográficas brutalmente honestas, para criar um monólogo de stand-up que se tornaria sucesso na Broadway e para trabalhar na “recuperação” de dezenas de roteiros de filmes, incluindo “Mudança de Hábito”, “Os Irmãos Cara de Pau” e os episódios I a III de “Star Wars”.

Se você ainda não conhece esse lado da princesa-general Leia Organa, confira sete livros escritos por Fisher que vão ajudar a compreender melhor uma das figuras mais inspiradoras das galáxias:

Postcards From The Edge (1987)

O primeiro livro de Carrie Fisher foi adaptado para o cinema pela própria autora com o nome de “Lembranças de Hollywood”, com Meryl Streep, Shirley MacLaine e Annette Benning no elenco. Semi-autobiográfico, o romance conta a história de uma atriz que tenta se recuperar após uma overdose de drogas escrevendo cartas para as pessoas próximas.

Surrender the Pink (1990)

Publicado em 1990, “Surrender the Pink” acompanha uma roteirista de novelas que, apesar de bem sucedida na carreira, é um fracasso na vida amorosa. A protagonista se apaixona por um homem que acredita ser seu príncipe encantado, como nos personagens da TV, mas logo descobre que ele também tem seus defeitos.

Delusions of Grandma (1993)

Outro romance centrado numa roteirista é “Delusions of Grandma”, sobre uma mulher grávida que, após ver fracassar sua relação com o pai da criança, se convence de que morrerá no parto. Sem esperanças de sobreviver, ela decide escrever cartas para o filho relembrando como sua vida chegou àquele ponto.

The Best Awful There Is (2004)

Inspirado pela relação de Fisher com o pai de sua filha, Bryan Lourd, o livro conta a história de uma atriz bipolar que se casa com um executivo, mas acaba sendo trocada por um homem. O livro então acompanha essa personagem anos depois durante uma reabilitação, passando pelas mais incomuns situações e oscilando entre a insanidade e a lucidez.

Wishful Drinking (2008)

A primeira das autobiografias de Carrie Fisher é, também, a mais famosa. Escrita, inicialmente, como uma apresentação de comédia stand-up, a peça relembra com humor e acidez todo o percurso da atriz, desde sua relação com a família célebre até suas experiências na saga “Star Wars”, passando pelos problemas com drogas e depressão.

Shockaholic (2011)

Como uma continuação de “Wishful Drinking”, “Shockaholic” detalha a experiência da atriz com a terapia de choque pela qual passou para curar a depressão, e desenvolve alguns episódios de sua vida adulta, como a relação com Michael Jackson e com seu pai. O humor sarcástico continua sendo uma marca registrada.

The Princess Diarist (2016)

O mais recente livro de memórias de Fisher foi traduzido para o português como “Memórias da Princesa – Os Diários de Carrie Fisher” e relembra, mais especificamente, os tempos de gravação da saga dirigida por George Lucas. É nessa obra que a atriz e escritora revela ao mundo o breve romance que teve com Harrison Ford (que interpretou Han Solo) durante as filmagens e recorda, com um olhar crítico, a ingenuidade de uma jovem de 19 anos trabalhando em Hollywood.

Por Juliana Varella

Atualizado em 28 Dez 2016.