Guia da Semana

Quando se fala em um novo filme assinado por Tim Burton, é fácil imaginar a figura de Johnny Depp como protagonista. Não foi diferente na mais recente produção do cineasta: Sombras da Noite.

O longa é baseado no seriado norte americano da década de 1960 – Dark Shadows – e traz Depp como um playboy transformado em vampiro, que acorda depois de 200 anos e encontra os membros remanescentes de sua família.

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A trama estreia nos cinemas em 22 de junho e marca a oitava parceria entre Johnny Depp e Tim Burton, que começou em 1990 com Edward Mãos de Tesoura e foi responsável por grandes sucessos, como A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), a animação A Noiva Cadáver (2005) e o mais atual Alice no País das Maravilhas (2010).

Essa parceria ultrapassa as barreiras profissionais, já que os dois se tornaram amigos também na vida real, a ponto de Depp ser padrinho do filho de Burton e Helena Bonhan Carter, que também marca presença em grande parte dos elencos de Tim.

Mas ele não é o único diretor a escolher seu queridinho. Ao analisar a filmografia de alguns cineastas, é possível perceber que eles também encontraram seus aumeletos de sorte ao longa da carreira.

O Guia da Semana selecionou algumas dessas parcerias de sucesso da sétima arte. Relembre!

Tim Burton + Helena Bohan Carter + Johnny Depp


O trio mais excêntrico do cinema é composto por Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Tim Burton; tudo aliado a um roteiro sombrio, é claro. O trio já trabalhou junto em A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), A Noiva Cadáver (2005), Sweeney Todd (2007) e Alice no País das Maravilhas (2010).

Woody Allen + Diane Keaton / Woody Allen + Mia Farrow


Woody Allen é o tipo de diretor que quando arruma uma musa, trata logo de se casar com ela. Diane Keaton, além de parceira amorosa, foi uma de suas principais estrelas, participando de oito dos seus trabalhos. Entre eles, o premiado Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977).

Outra grande musa de Allen foi Mia Farrow, estrela de 13 de seus filmes, incluindo A Rosa Púrpura do Cairo (1985). O relacionamento com a atriz durou anos e teve um desenlace digno de um bom filme dramático: a separação aconteceu quando ela descobriu o caso entre ele e a filha adotiva dela, Soon Yi, de 22 anos, com quem está casado até hoje.

Pedro Almodovar + Carmem Maura / Almodóvar + Penélope Cruz


Assumidamente gay, o cineasta espanhol nunca deixou de demonstrar em seus trabalhos uma grande admiração pela força feminina, tendo diversas musas ao longo da carreira. Uma das principais foi a espanhola Carmem Maura, estrela do primeiro trabalho, Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão (1980), além de outros cinco longas até 1988. Depois de um desentendimento e 18 anos afastados, a dupla voltou a se encontrar em Volver (2006).

Neste filme, Carmem contracenou com a mais nova musa de Almodóvar: Penélope Cruz. A atriz espanhola já trabalhou em quatro filmes do cineasta, incluindo o último, chamado Abraços Partidos (2009).

Vale ainda uma menção ao "muso" Antonio Banderas, que trabalhou com o diretor recentemente em A Pele que Habito. Antes desse, teve Matador (1986), A Lei do Desejo (1987), Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988), Ata-me! (1990) e outros.

Alfred Hitchcock + Grace Kelly


Durante seus 81 anos de vida, o mestre do suspense dirigiu filmes e criou características que marcariam para sempre a história do cinema, especialmente o gênero de suspense. Em suas obras, era notável a queda que Hitchcock tinha por loiras.

Porém, se é para eleger uma musa dos cabelos platinados em especial, pode-se dizer que a grande inspiração dele foi Grace Kelly, estrela de Disque M para Matar (1954), Janela Indiscreta (1954) e Ladrão de Casaca (1955). A atriz só não foi estrela de mais filmes do cineasta porque conheceu o príncipe Rainier, de Mônaco, com quem se casou em 1956.

Para Hitchcock, Grace Kelly conseguia personificar a perfeita mulher misteriosa (loura, sutil e nórdica) em sua atuação. Ele era fascinado por seu comportamento ambíguo e dizia, fora das câmeras, que Grace era como um "vulcão coberto por neve".

Quentin Tarantino + Uma Thurman


A atriz foi eleita musa do diretor quando trabalharam juntos em Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994), onde Uma interpretou a viciada em drogas Mia Wallace. Tarantino se sentiu tão inspirado que criou especialmente para ela a personagem Noiva, da saga Kill Bill (2006).

Eles se tornaram tão amigos que, num jantar organizado em um hotel de Nova York em 2010, Tarantino bebeu champagne no sapato da atriz. Ela permitiu a extravagância e até o acompanhou nos goles, dizendo que não havia melhor forma de agradecer ao cineasta por tudo que ele fez pela carreira dela até hoje.

Ingmar Bergman + Liv Ullmann


Ela estrelou dez trabalhos do diretor Ingmar Bergman, incluindo Persona (1966), Cenas de um Casamento (1973) e Sonata de Outono (1978). A parceria rendeu, além de filmes, cinco anos de casamento e uma filha. Mesmo com o fim da relação, os dois continuaram trabalhando juntos até a morte do diretor, em 2007. Inclusive, Liv foi a estrela do último filme produzido por Bergman, intitulado Sarabanda (2003).

No ano de 2008, a atriz esteve em São Paulo para ser homenageada durante uma mostra da Cinemateca Brasileira, além de lançar seu livro de memórias. Na ocasião, ela se emocionou ao comentar uma declaração dada por Bergman anos antes. "Você, Liv, é meu Stradivarius (tipo de violino raro)". Para a atriz, ouvir essa frase foi especial.

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Federico Fellini + Giulietta Masina


Esta foi uma das maiores parcerias artísticas do cinema italiano. Numa bela história de amor, Giulietta e Fellini se casaram em 1943, quando ela era uma estrela do rádio. A relação durou 50 anos e, num meio como o cinema, onde separações são frequentes, eles foram uma exceção.

Juntos, fizeram diversos filmes, entre eles Mulheres e Luzes (1950), Abismo de um Sonho (1952), A Trapaça (1955), Julieta dos Espíritos (1965) e Ginger e Fred (1985). Foi com Fellini que Giulietta Masina alcançou fama internacional, devido ao filme A Estrada da Vida (1954).

Por Mariana Viola

Atualizado em 29 Jun 2012.