O geek é o novo pop, e a Walt Disney sabe disso. De olho na tendência, o estúdio uniu forças com duas das empresas mais nerds da atualidade – a Marvel e a Pixar – para lançar sua nova animação. “Operação Big Hero” chega ao Brasil neste Natal, com quase dois meses de atraso em relação aos Estados Unidos, e é a principal aposta infantil para as férias de verão.
Com personagens fofinhos e um mascote pouco convencional (um robô inflável programado para cuidar das pessoas), “Big Hero” não lembra em nada os quadrinhos que lhe emprestaram o nome. Criados nos anos 90 por Steven T. Seagle and Duncan Rouleau e desenhados com traços de mangá, os heróis não fizeram sucesso e acabaram engavetados após três revistas.
Foi preciso um olhar atento e muita criatividade para reconhecer em Hiro, Baymax, GoGo, Wasabi, Honey Lemon e Fred um grupo com potencial para agradar crianças e adultos na tela grande. Don Hall e Chris Williams assumiram a direção, Jordan Roberts, Daniel Gerson e Robert Baird ficaram com o roteiro. John Lasseter, chefe de criação da Pixar e, atualmente, também da Disney, é o produtor executivo.
A postura inovadora de Lasseter foi essencial para que o filme ganhasse, além das bilheterias, uma importância técnica para o mundo da animação. Para criar a cidade de San Fransokyo (uma mistura bastante detalhada de uma São Francisco futurista com Tóquio) e dar credibilidade à textura de vinil do robô Baymax, foi preciso desenvolver um programa totalmente novo de renderização, chamado Hyperion.
A ferramenta tem como principal função simular a forma como a luz se comporta no mundo real, mais difusa e indireta. Aliada a outros programas, ela também ajuda a processar grandes quantidades de dados, como os 83.000 prédios, 260.000 árvores e 16.000 figurantes da cidade fictícia. Em outras palavras, o filme terá um visual bem mais realista (mesmo que estilizado) em relação a todas as outras animações até agora.
“Big Hero” conta a história de Hiro Hamada, um menino de cerca de 14 anos superinteligente e apaixonado por robótica, que já terminou o colégio e agora passa o tempo competindo em brigas de robôs no submundo de San Fransokyo. Seu irmão mais velho, Tadashi, não gosta nada desse hobby, por isso leva-o para conhecer a universidade onde estuda, na tentativa de despertar no menino o gosto pela pesquisa.
Se Hiro é um personagem essencialmente geek, a universidade é sua Comic Con: ele descobre que cada pesquisador desenvolve uma experiência mais interessante que a outra, transformando ficção científica em realidade e ainda se divertindo com isso. Para as crianças no cinema, pensar que estudar pode ser legal é uma ideia bem interessante.
Também é valiosa a mensagem de que bons amigos são aqueles que aparecem nos momentos mais difíceis. São os amigos de Tadashi, nesse caso, que assumem uma grande responsabilidade e se esforçam para serem um modelo positivo para Hiro. É uma lição para as duas gerações.
Quando um supervilão surge na cidade, o pequeno herói tem a chance de usar sua inteligência para algo maior. Determinado, ele se une aos colegas do irmão (os mesmos GoGo, Wasabi, Honey Lemon e Fred dos quadrinhos) e ao robô-enfermeiro Baymax para detê-lo, usando suas especialidades científicas como superpoderes.
“Big Hero” tem a vocação de um filme de super-herói nos moldes da Marvel, mas também traz da Pixar (que não foi oficialmente envolvida na produção, mas cuja influência está presente) a sensibilidade para arrancar lágrimas de marmanjos. Da Disney, carrega a delicadeza de um filme infantil, com piadas inocentes e soluções simples, mas com lições para a vida toda.
Para os fãs mais crescidos, o filme oferece uma cena pós-créditos com uma enorme piada interna. Já para os pequenos, a surpresa é o curta-metragem que antecede a sessão, “Feast”, sobre um cachorrinho esfomeado. “Operação Big Hero” chega aos cinemas no dia 25 de dezembro com vozes de Marcos Mion, Kéfera Buchmann, Robson Nunes e Fiorella Mattheis.
Confira o trailer:
Assista se você:
- É fã de animações da Disney
- Gosta de conferir novas tecnologias usadas no cinema
- Quer ver um filme infantil que também vai agradar aos adultos
Não assista se você:
- Não gosta de filmes da Disney
- Não gosta de animações
- Não gosta de filmes infantis ou com super-heróis
Por Juliana Varella
Atualizado em 3 Fev 2015.