Em uma tentativa urgente de se renovar, vale tudo para o terror atual: da fusão de subgêneros à recriação de clássicos. E em seu primeiro longa de ficção, David Gelb transita excessivamente entre os dois elementos, chegando, por fim, ao patamar de scifi. "Frankenstein", "Carrie", "Hellraiser", "Evil Dead" e até "Lucy". São incontáveis as referências nas quais "Renascida do Inferno" tenta encontrar a sua originalidade. O resultado, porém, está longe de agradar.
O pontapé inicial do roteiro já é permeado pelas marcas do clichê, ao incorporar, de forma rasa, o discurso ético/religioso na medicina. É que a trama é centrada em um grupo de pesquisadores em meio a uma ambiciosa pesquisa cujo objetivo é alcançar a reanimação de animais mortos. Está aí a justificativa do título original, "The Lazarus Effect", alusão à Síndrome de Lázaro.
Quando uma integrante do time é acidentalmente morta, eis que surge a desesperada ideia de trazê-la de volta à vida. Renascida do inferno, literalmente, o filme ganha o fôlego necessário para, finalmente, ser chamado de terror. Acontece que a personagem de Olivia Wilde (uma boa atriz em um papel mediano) não é nenhum Frankenstein ou o pequeno Cage de "O Cemitério Maldito". Salvo a sede por morte, ela é, na verdade Scarlett Johansson em Lucy, com poderes para lá de super-heróicos.
Com direção assinada por Jason Blum, de "Sobrenatural" e "Atividade Paranormal", "Renascida do Inferno" reúne boas ideias que se perdem em sua execução. Um filme para fãs do gênero e não de uma boa história. O filme estreia nesta quinta, 5 de março de 2015.
Por Ricardo Archilha
Atualizado em 5 Mar 2015.