O segundo filme da franquia Star Trek nas mãos de J.J. Abrams finalmente ganhou uma “aura” épica comparável à de sua prima não-tão-distante, a saga Star Wars. Com isso, o diretor finalmente eliminou qualquer desconfiança que se pudesse ter quanto ao próximo episódio da série de George Lucas, a ser dirigido por Abrams pela primeira vez a partir do ano que vem. Star Trek – Além da Escuridão chega aos cinemas no dia 14 de junho estabelecendo um nível alto para os próximos lançamentos de ficção científica: Círculo de Fogo que se cuide.
+ Saiba mais sobre o Dia da Toalha - o dia do orgulho nerd
+ Confira um roteiro com as melhores lojas geeks em São Paulo
+ Entenda os planos da Walt Disney para a saga Star Wars
Para os aficionados por salas especiais, a dica é não sentar muito à frente. Você pode levar alguns minutos para se acostumar à tela, prejudicando a primeira (e mais bonita) cena do filme: a perseguição de Kirk (Chris Pine) e Bones (Karl Urban) pelas matas vermelhas de um pequeno planeta, distraindo o povo primitivo enquanto Spock (Zachary Quinto) se arrisca num vulcão em erupção. A adrenalina inicial prepara bem os ânimos para o que vem por aí: Spock está entre a vida e a morte, mergulha no fogo e precisa fazer escolhas. Até onde ele conseguirá manter o controle?
De volta à Terra, após alguns sermões, Kirk é rebaixado e Spock, transferido. Mas o castigo não dura muito: em minutos, a sede dos arquivos da Frota Estelar é explodida e tem início a verdadeira missão. A Enterprise deverá caçar o fugitivo, que se esconde no território inimigo dos Klingon. Como essa, não faltam referências ao universo Star Trek.
Além da Escuridão, porém, evita a nostalgia e crava seu próprio espaço no vasto universo mítico da série, amarrando alguns nós e desatando outros. Assim, cumpre a tarefa de renovar o fôlego de uma história que já soma mais de 40 anos.
J. J. Abrams toma algumas liberdades ousadas: seu Spock, por exemplo, experimenta momentos de humanidade que levam o público ao delírio, mas por pouco não extrapolam os limites do personagem. É um equilíbrio tenso, mas bem sucedido, explorado também no vilão John Harrison (Benedict Cumberbatch), que transita entre a lógica e a emoção de uma forma mais perversa.
Como não poderia deixar de ser, as cenas de ação e destruição são memoráveis – especialmente a do salto de Kirk e John no espaço. Mas não é a tecnologia que faz do novo Star Trek um filme contemporâneo. São as influências cinematográficas que moldaram o diretor e que escorrem por todo o seu trabalho, o tempo todo: de Tron a Star Wars, de Indiana Jones a Robocop. Uma escola e tanto para o cinema de ficção.
Por Juliana Varella
Atualizado em 6 Jun 2013.