A música e o cinema têm andado juntos desde o nascimento dos filmes, no início do século XX, quando a tecnologia ainda não permitia a gravação de falas e as orquestras se encarregavam de acompanhar as imagens. Nada mais natural, portanto, que os ídolos musicais tenham suas histórias registradas nas telas, de tempos em tempos.
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Em maio, chega aos cinemas a biografia do líder do Legião Urbana, Renato Russo (Somos Tão Jovens). Enquanto ela não estreia, que tal conferir uma seleção com os 5 melhores filmes sobre músicos brasileiros?
Confira nossa seleção:
A Música Segundo Tom Jobim (2012)
Nem documentário, nem ficção. “A Música Segundo Tom Jobim” é como um show com ares de cinema, um pout-pourri de raridades e clássicos da bossa-nova “inventada” por Antônio Carlos Jobim. Durante 90 minutos, o que narra a história do músico não são depoimentos nem fatos históricos, mas sim suas composições, interpretadas por ele e por outros artistas em diversos cenários ou sobre fotografias – o Rio de Janeiro, é claro, predomina na tela, como a musa de toda uma geração.
Raul Seixas: O Início, o Fim e o Meio (2012)
Dirigido por Walter Carvalho, o documentário tenta reconstruir a figura de Raul Seixas por meio de seus fãs, companheiros e outros contemporâneos. Os depoimentos, com toda a sua subjetividade, acabam formando um mosaico de sentimentos e não propriamente uma trajetória histórica – o objetivo, afinal, não é esse, mas sim compreender o significado do ícone “Raul” para essas pessoas. Destaque para a entrevista com Paulo Coelho, parceiro de composição do artista nos anos 70, e para os muitos sósias do cantor, que o imitam até hoje.
Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei (2009)
Neste documentário, o foco se divide entre música e política. A história de Wilson Simonal, da infância à obscuridade, se confunde com a ascensão do regime militar. Percebemos o encanto de Simonal pelos palcos e do público por ele: é emocionante a cena do show no maracanazinho, onde 40 mil pessoas cantam, dançam e interagem com o músico. Mas o gosto pelo sucesso e a aparente ingenuidade são, também, responsáveis pela queda. Ao colaborar com a ditadura, Simonal teria sido banido, para sempre, das páginas dos jornais, e encerraria sua carreira de forma triste e amargurada.
Loki - Arnaldo Baptista (2008)
A história de Arnaldo Baptista se confunde com a dos Mutantes no documentário de Paulo Henrique Fontenelle, que explora imagens de arquivo e depoimentos atuais. O filme mostra o início da parceria de Baptista com Rita Lee, com a união de duas bandas escolares e a formação dos Mutantes, cheios de influência do rock estrangeiro. Esse “casamento musical” teria fim nos anos 70, quando parte da banda quis trabalhar sons mais experimentais e Rita preferiu seguir carreira solo. Arnaldo Baptista começa sua decadência ao se internar num hospital psiquiátrico, onde acaba sofrendo um acidente que afetará toda a sua carreira.
Cazuza: O Tempo Não Para (2004)
O filme de Sandra Werneck e Walter Carvalho faz um resumo ficcional da trajetória de Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza que tocou na banda Barão Vermelho e depois seguiu carreira solo para provar outros sabores musicais. O longa segue até a descoberta da AIDS, a viagem aos Estados Unidos e a rápida decadência física do cantor, diante dos olhos do seu público, culminando na morte em 1990. Daniel de Oliveira foi aclamado pela crítica por sua interpretação apaixonada de Cazuza.
Por Juliana Varella
Atualizado em 5 Mai 2014.