A panela de pressão anuncia: vem algo bom por aí! Enquanto o cheiro do feijão insiste em passear por praticamente todos os cômodos da casa, você aguarda até que aquela comidinha chegue à mesa para saboreá-la, sem pressa. E o melhor, podendo tirar aquele cochilo estratégico no sofá após a farra gastronômica. Esse cenário é cada vez mais irreal diante da vida agitada das metrópoles e a quantidade de restaurantes cheios de atrativos e cada vez mais sofisticados.
Conforme o tempo passa, aumentam as responsabilidades da vida, chegam com elas as mudanças e é cada vez mais comum o afastamento do círculo familiar. Sendo assim, a busca por alimentos que remetam à infância é instintiva. Por conta isso, diversos estabelecimentos estampam em seus menus uma frase clássica: "comida caseira". A chamada comfort food é o carro-chefe de muitas casas espalhadas pelo país e elas pretendem resgatar a essência da comidinha da mamãe.
Para pôr em prática o conceito, nada melhor que preparar o seu próprio rango em casa. E ele pode ser feito da forma e, o principal, com o que você quiser e sua criatividade permitir.
Fuja do P.F.
Seja da mãinha ou da vovó, feita em fogão a lenha ou a gás, na panela de barro ou de alumínio, quem nunca apreciou uma comidinha caseira recém-saída do forno? E com aquela fumaça convidativa então, nem se fala. Utilizando sabores e aromas que fazem o apreciador viajar no tempo de forma inconsciente, os pratos remetem à infância ou a uma lembrança da vida. O termo comfort food se tornou tendência nos Estados Unidos.
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Nem todos os itens devem ser feitos por você ou vindos de origem natural
Cada região ou país possuem suas comforts foods mais cobiçadas. Elas vão desde um saboroso hambúrguer ou uma simples canja de galinha, a uma tenra rabada feita pela avó, um brigadeiro de aniversário, a macarronada de domingo e até pratos mais elaborados feitos de carnes nobres ou peixes.
De acordo com a chef Mariana Valentini, responsável pelo restaurante Valentina, no Itaim Bibi, em São Paulo, nada se compara a uma comida quentinha e feita na hora. "Dá mais trabalho, mas fica muito mais pessoal. As pessoas estão com saudade desse conforto, por isso buscam isso fora de casa", afirma.
Do seu jeito
A chefe responsável pelo Valentina afirma que para manter seu menu o mais próximo possível da comfort food faz uma compra grande uma vez por semana, de coisas que podem ser mais conservadas, porém que se mantenham frescas. "Há muito mais vitaminas e menos conservantes nas comidas feitas em casa. Além disso, quem come se sente mais próximo e realmente parece que estão comendo a comida da mãe. Esse é o conceito. Temos uma horta com várias ervas, em torno de dez opções e usamos todas no preparo dos pratos", afirma.
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Para deixar sua receita mais caseira, use elementos simples e naturais
O estilo pode ser usado para convidar os amigos para um almoço em casa, preparar uma surpresa para a pessoa amada (para isso descubra qual é o prato preferido dela) e até mesmo para inovar o cardápio e fugir dos enlatados. Isso não significa que necessariamente todos os itens devam ser feitos por você ou vindos de origem natural. Há formas de incrementar seu prato usando produtos industrializados como base.
Para deixar o prato com uma cara mais própria e caseira basta dar alguns toques com grãos e folhas, como sugere a chefe Mariana Valentini. "Faça uma horta. Quem mora em prédio pode colocar na janela e quem mora em casa basta escolher um lugar que bata sol. Uns três vasos com manjericão, alecrim e hortelã já servem para dar um paladar mais caseiro ao prato", sugere Mariana.
Atualizado em 10 Abr 2012.