Guia da Semana

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Reprodução da capa do site Folhainvest


"Bolsa fecha em alta de 0,38% com 54,457 pontos". Se você é daqueles que gosta de mercado financeiro mas não entende muito bem essa manchete, não se preocupe. Para quem quer aprender a lidar com ações, desde 1998 a BM&F Bovespa tem parceria com o caderno de investimentos do jornal Folha de São Paulo, no site Folhainvest. O objetivo é simples: simular o mercado de ações e fazer o participante aprender na prática.

Primeiro lugar no ranking dos 397.755 usuários cadastrados no site - elencados de acordo com a quantidade de dinheiro virtual acumulado -, Alexandre Iura participa da simulação há três anos e conta que a experiência é surpreendente. "Nos anos anteriores, comprava ativos e ficava sem movimentar a conta. Este ano, antes de qualquer compra, analiso o gráfico e vejo se está em bom ponto de entrada", conta ele, que na vida real opera a bolsa há mais de dez anos. Segundo Iura, é possível sair do virtual e ir para o real facilmente. "Como o Folhainvest retrata bem o mercado, depois de um ano fazendo essa simulação já dá para comprar e vender ações sozinho", destaca.

Apesar de não ter uma análise das pessoas que saem da simulação para enfrentar o mercado, Patrícia Quadros, gerente dos Programas de Popularização da Bovespa e responsável pelo site, acredita que a maior parte dos usuários passa a investir por compreender melhor as transações. "As pessoas estão começando a entender essa 'coisa de ações'. Nesses anos, temos percebido o crescimento de cadastros e isso é um sinal de que as pessoas estão mais interessadas", ressalta.

Compra, venda, cotações...

O formato do site é igual ao de um Home Broker (site de corretoras no qual é possível comprar e vender ações pela internet). Para iniciar, o usuário recebe R$ 200 mil de capital virtual e R$ 38 mil em ações investidas em uma carteira de 14 empresas. Daí em diante, é possível efetuar transações de compra e venda, simular negociações, acompanhar as ordens e ver a evolução de sua posição financeira em um ranking que é atualizado diariamente após o pregão.

Além disso, é possível consultar as informações de cada empresa que possui ações na bolsa, como índices de rentabilidade e liquidez. Os participantes que ocupam a primeira posição no ranking todos os meses e no ano ganham prêmios, como viagens e cursos sobre o mercado.

Por ser um espelho do dia a dia, o site não isenta o "investidor" das taxas de corretagem, lucro e custódia. O valor de cada uma delas é debitado dos recursos virtuais recebidos ao se cadastrar. Apesar de serem mais baixas do que as praticadas no mercado, elas existem para aproximar o usuário da realidade.



Reprodução da carteira de ações e rendimentos

Para entender todos os termos e a forma de negociar, o Folhainvest conta com um manual que explica desde os termos mais básicos até as grandes operações financeiras. Entretanto, apenas participar e simular o mercado não é o suficiente para compreender como investir com segurança, diminuir os riscos e aumentar os ganhos. De acordo com Marcos Crivelaro, especialista em matemática financeira e consultor em finanças, é necessário estudar as tendências e ler bastante. "O simulador incita a ganhar dinheiro real e a pessoa a fazer cursos para se aprofundar na área", diz.

Segundo Crivelaro, a entrada no "mundo real" de ações, mesmo para quem faz esse tipo de simulação, ocorre de duas formas. "O jeito mais fácil de colocar os pés nesse mercado é pelo banco, com aplicações em fundo de ações. A outra forma mais utilizada por quem conhece um pouquinho é o investimento em multimercados (uma parte em renda fixa e a outra em renda variável, controlada pela instituição contratada)", explica.

Outras simulações

Em parceria com o UOL, a partir de 13 de agosto a Bovespa lança outro simulador, o UOL Invest. Com os mesmos mecanismos do Folhainvest, essa ferramenta pretende aproximar ainda mais a população da bolsa de valores. As diferenças estão apenas nos prêmios que o primeiro colocado do ano e do mês podem ganhar, como um notebook, além das tradicionais viagens. Segundo Edemir Pinto, diretor-presidente da BM&F Bovespa, essa é mais uma iniciativa de popularização da bolsa. "A Internet é um meio de democratização muito eficiente para nós", diz.

O mercado real

São 521.196 brasileiros aplicam na Bolsa atualmente. "As pessoas físicas são valorizadas. Esse montante representa um terço do volume financeiro negociado. Pensando que, no final de 2004, apenas 100 mil pessoas participavam do mercado, as nossas iniciativas estão trazendo resultados", afirma Edemir Pinto.

Dentre as ações feitas pela Bolsa para aproximar investidores, além do Folhainvest, estão dois cursos gratuitos, o Educar (Finanças Pessoais) e um sobre o mercado de ações. Há, também, um guia on-line para informações mais completas. Além disso, a partir do começo deste mês, a TV Cultura exibe o programa Educação Financeira - sábados, às 10h15 -, com o objetivo de popularizar os conceitos de economia, finanças etipos de investimento.

Atualizado em 10 Abr 2012.