Na noite de 31 de março, o último episódio de How I Met Your Mother foi exibido nos Estados Unidos. O final foi longo, com quase uma hora de duração, dividido em dois capítulos, mas a sensação foi de que os roteiristas tiveram de correr com os acontecimentos, pois sobrou muito para o fim (clássico em término de novelas brasileiras). Afinal, foram nove temporadas, 208 episódios e muitas histórias para se resolver.
A última temporada foi toda no fim de semana do casamento de Robin (Cobie Smulders) e Barney (Neil Patrick Harris), relembrando tudo o que o grupo viveu e apresentando a mãe dos filhos de Ted (Josh Radnor), Tracy McConnell (Cristin Milioti). No último episódio, uma despedida emocionada ocorre no casamento, pois Ted está indo para Chicago. Só que, antes de pegar o trem, Ted finalmente conhece a mãe de seus filhos e desiste de viajar.
A partir daí, os anos voaram, pois a trama tinha de chegar até 2030, data em que Ted está contando para seus filhos a história de como conheceu a mãe deles. E não é que, depois de 22 episódios mostrando como o casamento de Robin e Barney poderia dar certo e como Ted e Tracy foram feitos um para o outro, vemos o casamento acabar em divórcio em minutos e Robin retomar o drama do relacionamento mal terminado com Ted? Pois é, e a comédia dá lugar ao dramalhão.
Em uma festa de despedida do antigo apartamento (Lily engravida do terceiro filho e eles têm de se mudar), vemos Barney voltando a ser o mulherengo de sempre, Ted feliz com sua mulher, Robin se sentindo deslocada no grupo e Lily sofrendo por não conseguir manter os amigos unidos. É quando Robin se afasta de todos e foca na carreira de jornalista, viajando pelo mundo. A sensação é de que já vimos isso tudo antes, os dramas voltam ao princípio e, desta vez, tudo terá de ser resolvido em minutos.
O retorno de Barney para a pegação, agora com o Playbook II, deu um ar de decadência para um personagem tão querido do público. O desfecho de Barney foi tendo que amadurecer quando se torna pai - mas nem conhecemos a mãe. Com a correria, mal dá pra entender como Marshall acaba infeliz trabalhando em uma firma de advogados e depois volta ter a oportunidade de ser juiz. Já a carreira de Lily, nem sequer foi citada.
Depois de cinco anos de noivado, Ted se casa com Tracy, já com dois filhos, e está tudo indo bem até que, em segundos, vemos ela em uma cama de hospital e nos avisam que ela ficou doente e morreu. Rápido assim. A morte da mãe até que faz sentido, mas já vinha sendo prevista há tempos pelo público - nenhuma surpresa. Então, na conversa de Ted com os filhos, descobrimos que a história é contada seis anos após a morte da mãe, deste tempo, não temos nenhuma informação, só que - ao que parece - Ted e Robin continuaram apaixonados um pelo outro, mas sozinhos.
É só quando os filhos de Ted chegam a epifania de que a história toda era sobre seu amor por Robin, que ele resolve pegar a trombeta azul e ir tocar a campainha do apartamento dela. Fora a peruca feia de Robin e o talco na cabeça de Ted, parece que nada mudou, e a história da primeira temporada foi extendida para que eles sofressem um pelo outro, por mais de 20 anos. Ok, se Carter Bays e Craig Thomas queriam assim, fazer o quê?
Tudo bem, sejamos sinceros, quem ficou chateado com o final provavelmente era porque tinha eleito outro personagem como principal da trama (todos sabem que legendary mesmo só o Barney), mas a trama era sobre Ted. O desfecho não deixou a história mais bonita, mas mais real. Afinal, nem toda a história de amor é como a de Marshall e Lily.
De mais a mais, é preciso dizer que não foi nem de longe o episódio mais emocionante, nem o mais engraçado. Foi morno, talvez por causa da pressa em chegar em 2030.
Por Luísa Venter
Atualizado em 1 Abr 2014.