Há tartarugas por todos os lados. Na televisão, nos games, nas bancas, nas lojas de brinquedos e, daqui a alguns dias, nos cinemas. Para as crianças, as aventuras dos irmãos Donatelo, Leonardo, Michelangelo e Rafael podem parecer novas, mas quem tem entre vinte e trinta e poucos anos sabe que elas sempre estiveram ali: desde 1984, quando Kevin Eastman e Peter Laird desenharam as primeiras páginas de uma revista chamada “Tartarugas Ninja”.
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A febre atual começou em setembro de 2012, quando a Nickelodeon lançou uma nova série das Tartarugas Ninja em sua grade, com visual invocado e o mesmo humor de sempre. No Brasil, o canal pago começou a exibir o desenho em novembro e, em junho de 2013, a Band se responsabilizou pela transmissão em rede aberta.
A série foi um fenômeno instantâneo e rendeu uma nova linha de quadrinhos, com história levemente diferente da original, além do merchandising infindável envolvendo brinquedos, brindes em lanchonetes, estatuetas, revistas, um álbum de figurinhas e dois novos jogos de vídeo-game. Neste mês, as três décadas da franquia serão comemoradas com o lançamento de um filme produzido por Michael Bay e dirigido por Jonathan Liebesman, com Megan Fox no papel de April.
Este é o sexto longa-metragem dos herós mutantes, que já foram vividos por atores em 1990 (As Tartarugas Ninja), 1991 (As Tartarugas Ninja: O Segredo dos Ooze) e 1993 (As Tartarugas Ninja III) e protagonizaram filmes animados em 2007 (As Tartarugas Ninja: O Retorno) e 2009 (Turtles Forever, especial para TV).
As séries também foram numerosas: a primeira foi ao ar entre 1987 e 1996 (lançada para acompanhar uma série de brinquedos); em 1997, estreou uma série com atores que durou apenas um ano; a terceira versão chegou à TV em 2003 e se manteve firme até 2009. Três anos depois, foi a vez da Nickelodeon renovar a franquia.
Depois de tantos anos na TV e nas bancas, seria um erro pensar que o público das Tartarugas seria, hoje, exclusivamente infantil: cada vez mais, adultos se rendem à nostalgia e cultivam coleções com personagens da infância, ou sentam-se ao lado dos filhos para conhecer as novas versões de seus heróis favoritos.
Longe de representar um retrocesso, o apego de adultos às referências dos anos 80 é uma tendência de mercado e vem sendo captada com esperteza pelas marcas em diversos segmentos, do vestuário ao entretenimento. Basta olhar para o lado para flagrar uma camiseta de super-herói ou a miniatura de um animal usando nunchakus. Uma obra de arte, talvez diga o dono para se justificar. Digo então: uma autêntica e valiosa Tartaruga Ninja.
Por Juliana Varella
Atualizado em 10 Jun 2016.