Cansou de ver aqueles blockbusters que todos os seus amigos estão assistindo? Procura um filme mais cult para ocupar sua noite de Netflix? Mas espere: o que é mesmo um filme “cult”?
O conceito do “cult” já mudou muito com os anos e tem interpretações levemente diferentes dependendo de quem o usa, mas os filmes que se encaixam nessa categoria costumam ter algumas coisas em comum. Em primeiro lugar, são filmes que atraíram um “culto” (por isso o nome), ou seja, um grupo de fãs que se orgulham de saberem absolutamente tudo sobre o assunto.
Em geral, também são filmes que fazem você parecer “mais culto” ao dizer que gosta, pois são um pouco mais difíceis ou mais experimentais que a média. São como clássicos – todo mundo conhece – mas são subversivos, pois, salvo raras exceções, quase ninguém viu, ou quase ninguém realmente se interessou em ver. Afinal, filme cult é para quem realmente gosta de cinema!
Agora que você já entendeu, confira 10 dicas de filmes cult em cartaz na Netflix:
Bonequinha de Luxo (1961)
Baseado num livro de Truman Capote (por si só, um cult) e protagonizado por Audrey Hepburn (que hoje estampa desde camisetas até azulejos, mesmo que seus compradores jamais a tenham visto na tela), o clássico dos anos 60 influenciou gerações de fashionistas e trouxe a primeira versão da canção “Moon River”, cantada pela própria atriz.
Dr. Fantástico (1964)
Praticamente todos os filmes de Stanley Kubrick podem ser considerados clássicos ou cult. No caso de “Dr. Fantástico”, certamente é a segunda opção, pois, filmado em preto e branco e sarcástico num nível incomum, o filme não ficou tão conhecido quanto “O Iluminado” ou Laranja Mecânica”, mas tem sua própria base de fãs.
Barbarella (1968)
“Barbarella” é um estranho fenômeno na história do cinema. Estrelado por Jane Fonda, hoje uma feminista militante, o filme é uma comédia erótica que acompanha uma astronauta que, durante uma viagem espacial em busca de um criminoso, descobre novas formas de prazer e seduz todo o tipo de alienígenas. Suas roupas, futuristas e sensuais, marcaram época e foram uma grande influência para o mundo da moda. O filme não fez tanto sucesso nos cinemas, mas se tornou cultuado por sua ousadia.
Monty Python e O Sentido da Vida (1983)
As comédias da trupe Monty Python são muito famosas, mas não exatamente populares – afinal, o humor britânico é mais ácido e não desce tão facilmente quanto o americano, e os filmes têm críticas pesadas à política, à sociedade e até à religião. No caso de “O Sentido da Vida”, os humoristas tentam provar por a + b que, não: a vida não tem mesmo sentido nenhum.
Gremlins (1984)
Um dos poucos sucessos comerciais nesta lista, “Gremlins” conseguiu manter sua magia viva ao longo de décadas na imaginação dos fãs e, por isso, é um cult. O “horror” natalino dos anos 80 apresenta criaturinhas fofas que, caso sejam molhadas, iluminadas ou alimentadas após a meia-noite, se transformam em arruaceiros assassinos.
*Não está mais disponível
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)
Todo mundo já ouviu falar das boas ações da Amélie, do seu anão de jardim que viajou o mundo (tirando selfies) ou da sua paixão por framboesas – mas, cá entre nós, nem todo mundo assistiu, realmente, o filme de Jean-Pierre Jeunet. Respeitado entre fãs e leigos, “Amélie” se tornou sinônimo de cult: é francês, é um pouco surrealista e tem um título fabulosamente longo. Como não amar?
Donnie Darko (2001)
Você provavelmente já ouviu falar de um filme com um coelho gigante macabro, mas há grandes chances de você nunca ter, realmente, criado coragem para assisti-lo. “Donnie Darko” foi o longa que lançou Jake Gyllenhaal e Jena Malone, no início dos anos 2000, e foi um fracasso de bilheteria (lançado em pouquíssimos cinemas) que acabou atraindo uma legião de fãs no home video. Além do coelho, o filme fala de viagens no tempo e filosofia.
Oldboy (2003)
Assistir a filmes sul-coreanos, por si só, já é uma atitude muito cult. Mas assistir a um filme sul-coreano com influências de Tarantino, violento, complexo, com uma atuação espantosa e um final nauseante – e ainda sair do filme com a certeza de que foi um dos melhores que você já viu (incluindo os do próprio Tarantino), isso sim é vestir a camisa.
Kill Bill (2003/2004)
Falando em Tarantino, que tal um filme dividido em dois (quando isso ainda não era modinha), com espadas, cobras e caixões (quando isso também ainda não era modinha), que mistura influências do cinema japonês e do faroeste? Não basta gostar da ação de “Kill Bill”, é preciso teorizar sobre seu papel no cinema contemporâneo: isso sim é cult.
Cloverfield: Monstro (2008)
Produzido por J.J. Abrams, “Cloverfield” é um filme de monstro diferente, que explora a linguagem de “found footage” para mostrar a destruição causada por uma criatura gigante em Nova York, sob o ponto de vista limitado das vítimas. Pouco assistido e pouco badalado, o longa foi elogiado pela crítica e adotado por fãs entusiasmados, que o consideram mais “inteligente” ou “sofisticado” do que os outros filmes do gênero.
Por Juliana Varella
Atualizado em 18 Dez 2015.