No mundo do cinema e da literatura é muito comum que best-sellers (ou até livros mais desconhecidos) ganhem adaptações para as telonas. Isso a gente já sabe — e adora, é claro! Marketing ou não, grandes obras já viraram franquias extremamente rentáveis no mercado cinematrográfico, gerando outras dezenas de produtos relacionados à marca.
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Harry Potter, Senhor dos Anéis e Jogos Vorazes são exemplos de livros que, após o sucesso comercial, ganharam inevitavelmente versão para as telonas. Às vezes acontece o contrário: um livro mais desconhecido é catapultado para o mainstream só depois do filme, como é o caso de As Vantagens de Ser Invisível.
E se você acha que todos os livros do mundo já viraram filmes, você está enganado. Tem aquele livro que acabou de ser publicado ou até mesmo aquele clássico que você adora que, infelizmente, não tivemos a chance de ver nos cinemas. Como não custa sonhar, o Guia da Semana separou alguns livros que daríamos tudo para ver ganhar vida. Diretores, fica a dica!
O Apanhador no Campo de Centeio (J.D. Salinger)
Um adolescente comum, acontecimentos banais e a mais sensível crônica da juventude de todos os tempos. O que tem de tão peculiar na novela de J.D. Salinger? Uma coisa é unânime: só quem leu “O Apanhador no Campo de Centeio” sabe o quão especial o livro torna-se em suas vidas. O fato é que o romance, publicado em 1950, guiou uma geração de jovens em busca de uma voz e próprias visões de mundo; além é claro de tornar o autor em uma lenda da literatura. Nada mais justo do que ver essa história nas telonas, não é mesmo?
Quem deveria dirigir? Sofia Coppola.
As sensíveis lentes da diretora captariam com maestria o enredo de Salinger. Afinal, não seria a primeira vez que Coppola adaptaria um livro para as telonas. Para os desavisados, “As Virgens Suicídas” é uma adaptação do romance de Jeffrey Eugenides; a história, assim como em “O Apanhador”, é simples, porém substancial. Coppola sabe como ninguém transformar os mais singelos fatos do cotidiano em poderosas e inesquecíveis cenas. Não custa sonhar, né?
O Caso dos 10 Negrinhos (Agatha Christie)
Em 1945, o clássico de Agatha Christie ganhou uma discreta adaptação para as telonas, mas nós queremos mais! A história você já conhece: Após um misterioso convite, 10 desconhecidos aceitam passar alguns dias em uma ilha afastada; o que eles não esperavam é que uma série de assassinatos daria lugar e que os seus instintos seriam aguçados por uma implacável busca pela sobrevivência.
Quem deveria dirigir? Quentin Tarantino.
Imagine a quantidade de sangue que ele não colocaria no filme? Seria interessante também ver um clássico da literatura ganhar vida nas mãos de um improvável diretor contemporâneo. Se o elenco contasse com Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio e outros atores acostumados a trabalhar com o cara, não ia demorar para nascer uma obra-prima. Quem duvida?
Trilogia Feios + Bonitos + Perfeitos (Scott Westerfeld)
Você já imaginou se Gossip Girl fosse ambientado em um universo de ficção científica? É desse improvável imaginário que nasce a saga “Feios”, “Bonitos” e “Perfeitos”. Na história, ao completar 16 anos, todos passam por uma cirurgia que os tornarão exuberantemente lindos e biologicamente perfeitos, abrindo-lhes a porta para um glamuroso universo utópico, altamente tecnológico. Como em “Admirável Mundo Novo”, é claro que o enredo nos reserva um outsider, alguém que decide renunciar à alienação e se aventurar pelos incertos caminhos da anarquia. Mas quem gostaria de ser feio para sempre? É isso que Scott Westerfeld nos mostra nessa excitante trilogia.
Quem deveria dirigir? Stanley Kubrick.
A gente sabe que o diretor já morreu, mas se vamos sonhar, que façamos isso alto. Nome por trás de um dos maiores clássicos da ficção científica, “2001: Uma Odisseia no Espaço”, Kubrick daria o tom perfeito à história, afinal, efeitos especiais e direção de arte são essenciais em um bom sci-fi. O ideial seria trazer um pouco do glamour decadente de “De Olhos Bem Fechados”, afinal, é assim que gostaríamos da adaptação de “Feios”, “Bonitos” e “Perfeitos”: sexy e de outro mundo.
Morte Súbita (J.K Rowling)
Quem não ama J.K. Rowling? Depois da saga Harry Potter, quem disse que a autoria ficaria parada? Rowling renunciou ao hiato e voltou ao mundo da literatura, desta vez com um policial nada infantil. Com inesperada morte do pároco do pequeno vilarejo de Pagford, uma invisível guerra dá lugar, em que o vencedor será decidido por uma eleição repleta de paixão e revelações inesperadas.
Quem deveria dirigir? Martin Scorsese.
A adaptação perfeita do novo livro de Rowling deve conter a carga psicológica e de suspense que a história contém, sem deixar de lado o aspecto mais sensível da autora. Baseando-se em “Gangues de Nova York” e “A Invenção de Hugo Cabret”, o diretor saberia unir muito bem os dois universos.
Trilogia Bruxas Mayfair: A Hora das Bruxas I e II+ Lasher + Taltos (Anne Rice)
Uma das escritoras mais importantes do mundo do terror e da fantasia, Anne Rice já teve alguns de seus livros adaptados para o cinema, como os ótimos “Entrevista com o Vampiro” e “A Rainha dos Condenados”. Mas se existe uma série da autora que adoraríamos ver nas telonas, é a Trilogia das Bruxas Mayfair. Nela, conhecemos a misteriosa dinastia Mayfair, apresentada desde a Escócia do século XVII até Nova Orleans dos anos 90. Em quatro livros (o primeiro é dividido em duas partes) acompanhamos a saga destes seres mórbidos em mais uma sedutora e instigante história de Rice.
Quem deveria dirigir? Tim Burton.
Imagine unir o universo deste dois criadores em um filme com toda a sensualidade de Anne Rice e tom mórbido de Burton? Afinal, já vimos que o diretor manda muito bem quando o assunto é terror e fantasia, a exemplo de “A lenda do Cavaleiro sem Cabeça” até “A Noiva Cadáver”. Seria pedir demais Helena Bonham Carter e Johnny Depp no elenco?
Por Ricardo Archilha
Atualizado em 17 Nov 2014.