Aos poucos, podemos perceber a volta do disco de vinil no circuito da música. Não são apenas saudosistas de plantão, mas, sim, os adoradores da boa música. Festas trazem de volta os picapes e as gravadoras estão relançando os LPs. Antes, existia uma grande história com o velho "bolachão". Vamos curtir esse momento desde o início e mostrar o que tem rolado atualmente.
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Durante anos, o disco de vinil reinou nas vitrolas do mundo todo. Surgido no final da década de 40, o LP (abreviação de long play) sempre esteve presente na indústria musical, sendo o principal meio de divulgação do artista para o seu público. O LP tem seu charme: desde a qualidade de som até o tamanho, pode trabalhar a arte em suas capas e encartes especiais.
Por muito tempo, apenas o vinil permaneceu no mercado. Seu primeiro concorrente - não tão forte - surgiu em meados dos anos 60, o K7 (a fita cassete). A novidade era o recurso de poder gravar e regravar suas músicas preferidas, mas não com a mesma qualidade que o "bolachão" possuía.
Na noite, os DJs ganharam nome nas danceterias tocando seus vinis de uma forma especial, mixando e fazendo scratches. O DJ Marky se deu bem na sua autenticidade e conquistou o cenário fora do país.
A tecnologia continuou avançando e apareceu o verdadeiro concorrente de vinil, o CD ( compact disc), no final dos anos 80. A princípio, olharam como um ótimo negócio, desde sua praticidade até a gravação, já que ele tirou os ruídos do LP na hora de executar seu som por meio da agulha no toca-discos.
Por outro lado, a arte das capas bonitas perdeu seu charme com o tamanho do encarte. O maior problema ocorreu com a mídia: seu fácil acesso de ser regravado exercitou o mercado negro.
No Brasil, o CD foi tão bem aceito que, aos poucos, as gravadoras deixaram de fabricar seus LPs e K7s, e deixaram reinar nas prateleiras a mídia digital. Os equipamentos das casas noturnas também mudaram e, assim, trocaram as picapes pelos CDJs. Foi ótimo para os DJs, que gastavam uma boa grana para adquirir discos importados por apenas uma música exclusiva.
Por outro lado, a ameaça ao mercado começou forte com a pirataria, bem mais intensa que as cópias em K7. Foi tão forte que as gravadoras perderam suas forças, reduzindo até investimentos nos artistas. Já mais recente, a internet virou a bola de vez. Surgiu a música no formato MP3, que podia ser baixada por meio de programas como o Napster, para derrubar de vez as gravadoras.
As músicas ficaram descartáveis. A nova geração não tem a mesma cultura de cultivar o trabalho dos artistas comprando seus discos, sem dar importância aos encartes e a mídia física, e os DJs começaram a utilizar notebooks pela praticidade, abandonando de vez seus cases.
Vendo essa banalidade, os amantes do velho vinil estão novamente na ativa, para nossa alegria. As gravadoras, aos poucos, estão lançando cópias limitadas de seus artistas em formato de LP, além do CD. A Deckdisc lançou Nação Zumbi, Pitty e Fernanda Takai (Patu Fu) nesse formato. A Polysom, única fabricante de vinil da América Latina, aproveitou e fechou contrato com outras gravadoras, lançando com a mesma arte original os discos de Ultraje A Rigor, Jorge Ben Jor, entre outros. Também têm surgido diversas festas que valorizam os "bolachões", trazendo os DJ`s com seus cases e toca-discos de volta.
Por Marcos Chapeleta
Atualizado em 22 Jan 2014.