Guia da Semana

Reunir os amigos para tomar uma cerveja é a atividade preferida de muitos brasileiros. Enfrentar filas em bares e pagar um pouco mais caro em marcas “gourmet” não são grandes sacrifícios, mas incomodam em algumas situações.

E se você pudesse tomar uma cerveja de excelente qualidade sem sair de casa? O Guia da Semana conversou com o Tom Silva, mestre cervejeiro do restaurante Les 3 Brasseurs, em São Paulo, para conhecer algumas dicas para fazer cerveja artesanal. Mãos à obra!

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Por onde começar?

Assim como em quase tudo nessa vida, um bom começo para se tornar um cervejeiro é procurar livros e referências de quem já está há algum tempo no mercado. Entender do seu produto final é fundamental para partir para o processo de produção.

Tom Silva nos fez a indicação do livro “1001 Cervejas para Beber Antes de Morrer”. Nele são demonstrados diferentes estilos e sabores que vão ajudar a desenvolver o seu.

Outro ponto importante a ser trabalhado é a sua autoconfiança: qualquer um pode se tornar um cervejeiro, basta ter comprometimento em alguns pontos cruciais.

“Qualquer um com compromisso com a higiene e um bom fogão pode fazer. Conhecimento anterior é necessário, uma boa leitura sobre o que a pessoa irá fazer já dá alguma vantagem na hora de fazer a cerveja. Beber também é importante. Cervejeiro que não bebe torna a vida mais difícil”, realça Tom.

Ferramentas

A qualidade das ferramentas está diretamente ligada à qualidade da sua cerveja. Um dos maiores investimentos de todo o processo será feito aqui, por isso não compensa fazer grandes economias. Isso pode comprometer todo o resto.

Segundo Tom Silva, as ferramentas essenciais são: Fogão de alta pressão, Panelas de cozinha industrial de alumínio ou inox, válvulas extratoras, mangueiras atóxicas, cilindro de Co2, moinho de condimentos e alguns outros itens de medição tipo termômetros e densímetros.

Os melhores lugares para comprar essas ferramentas não estão nos shoppings, mas na internet. Tom deu destaque para a Sinnatrah, em São Paulo, e Os Lamas, de Campinas. Se a grana estiver realmente curta, a sugestão é economizar nas panelas. Os kits completos são mais caros, então pode ser que consiga melhores preços indo de loja em loja.

Sabores

Nada disso vai valer a pena se o cervejeiro não chegar ao sabor desejado. É importante saber que a sua cerveja não será igual àquelas oferecidas em open bar’s de festas. Ainda bem. Vamos a algumas características da cerveja artesanal segundo Tom Silva:

- Mais alma

- Mais corpo

- Mais Sabor

- Aparência turva (pode assustar quem não está acostumado)

Para sentir tudo isso, é preciso saber como degustar. A melhor forma para fazer isso é chamar os amigos e prestar atenção nas diferentes mudanças de sabor.

O teor alcoólico também está totalmente no controle do cervejeiro. Se o seu objetivo é colocar seus amigos em coma, saiba que o excesso de álcool influencia no sabor e podedeixar sua bebida impossível de ser tomada.

Preços

As sugestões para compra de matéria prima são as mesmas das ferramentas: a internet. Romper preconceitos com produtos brasileiros também é uma boa forma de economizar sem perder qualidade.

“Eu economizaria no malte tipo pilsen existem maltes deste tipo nacional que são bons e baratos”, indica Tom Silva. Isso varia também de acordo com os sabores que você busca, claro.

O preço gasto ao final do processo será de: R$ 1200 a 2000.

Por Ezio Jemma

Atualizado em 20 Out 2014.