Guia da Semana

“Não adianta ter um pub por ter um pub. Tem que ter um conceito, tem que ter uma alma.” É assim que o chef Henrique Fogaça descreve o espírito que o levou a criar seu primeiro bar, o Cão Veio. O estabelecimento abriu este mês e é fruto da parceria com o roqueiro Baduaí, do CPM 22, e o promoter Kichi.

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Desde 2005 no comando do Sal Gastronomia, o chef coleciona tatuagens e transpira uma atitude Rock n Roll, seja nas caveiras e ilustrações de seu restaurante, ou na organização do evento de acessibilidade gastronômica O Mercado.

O Guia da Semana bateu um papo com o chef que falou sobre o processo de abrir seu novo bar, a parceria com o vocalista do CPM 22 e o O Mercado. Confira:

Parceria com Badauí e Kichi


"Eu conheço Badauí do mundo da música. Ele tem o CPM 22, eu tenho a minha banda de hardcore que chama Oitão. Ele sempre ia no Sal e comentava de abrir um bar comigo. Nosso outro sócio, o Kichi, já tinha a idéia de investir em um bar há mais de dez anos. Há, mais um menos, um ano atrás eles se juntaram para me convidar para abrir a casa.

Eu já tinha a vontade de ter algo diferente do Sal. Já tinha falado com minha esposa de abrir um gastropub, por isso as coisas meio que coincidiram. No começo o Kichi disse que queria fazer um Old Dog Pub. Nós conversamos e eu pensei: “Pub por pub, tem o O’Malleys, o All Black”. Não queria fazer algo no formato de pub. Queria algo mais voltado para a comida só que do nosso jeito.

E outra: eu não falo inglês, eu falo português. Eu trabalho com ingredientes da Amazônia, coisas nacionais. Ai eu disse pros caras: Vamos fazer Cachorro Velho. Vamos fugir do rótulo. Pub, gastropub, que seja. É Cão Veio."

A casa do cachorro

Cão Veio

"O Kichi tinha algumas peças inspirada no tema e eu também. Mesmo assim, fomos adquirindo coisas novas para a decoração no tema Cão Veio. O cão é animal muito fiel ao homem. Eu sempre tive cachorro. Ai eu fui entrando nesse conceito e pensando como seria o jeito do bar, a alma através do cão veio. A decoração é composta por vários quadros de cachorro. O nome dos pratos são raças de cachorro e as porções tem nomes ligados a animais.

O almoço vai rolar do meio dia às quatro e eu vou servir quatro opções por semana: uma carne, um peixe, uma massa e uma ave, tudo por um preço acessível. Em torno de R$ 25 e R$ 30. Quem ajudou a gente a fazer a carta de cervejas foi o Eduardo Passareli, que era dono do Melograno. Eu passei o cardápio e ele nos indicou as cervejas. Teremos harmonizações com os pratos e porções."

Gastronomia Acessível

"Hoje em dia, com a moda da gastronomia, está tudo muito banalizado. Você sai para comer e gasta brincando R$ 200, R$ 300. No Sal, eu tento trabalhar em uma margem de preços justa. Eu brigo muito para não aumentar o valor dos pratos. A comida não pode ser um artigo de luxo do jeito que é hoje em dia. Comida é algo primitivo. A gente nasce comendo."

Público da Casa

"A gente não quer ter um público definido. Pode ser pessoas ligadas ao rock, pessoas que vão no Sal, ou apenas curiosos. Temos muito amigos do rock e da tatuagem, então essa galera se sente à vontade por lá. Mas o ambiente é para família também.

Quando pensamos nisso, eu disse que a casa tinha que ter um conceito, tinha que ter uma alma, não adianta ter um pub por ter um pub. O Cão Veio já esta nascendo um cãozinho amadurecido. Agora é só pegar a engrenagem do funcionamento de trabalho."

Planos pro futuro

"Este ano continuo com o Sal e com o Cão Veio. Talvez eu abra uma casa nova no final do ano, um novo restaurante com outros parceiros. Também estou fazendo reuniões para O Mercado. Queremos trazê-lo de volta para a madrugada, além de fazer algumas edições um pouco maiores do evento."

Por Edson Castro

Atualizado em 14 Jan 2013.