O trânsito da Avenida Angélica já anunciava: entrar no O Mercado, não seria nada fácil. Mesmo quem chegou com uma hora de antecedência no Sal Gastronomia se surpreendeu com uma fila quilomêtrica para entrar na feira gastronômica. Quem ganhou com a aglomeração foi um esperto pipoqueiro, que pôde cobrar astrônomicos R$ 8 por um saquinho de pipoca de quem esperava com fome na fila.
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“A repercursão foi muito maior do que a gente esperava, mas conseguimos lidar bem. Quem entrou foi muito bem atendido, mas infelizmente, como qualquer lugar que dá lotação máxima, é difícil controlar o público que está de fora. Com regularidade e em nossas edições futuras conseguiremos contornar esses problemas melhor”, disse Checho Gongalez, organizador do evento.
A expectativa em torno do Mercado era grande e mesmo às 3h, embaixo de chuva, a fila continuava cheia de gente curiosa para entrar no local. Quem conseguiu passar no teste de resistência deu de cara com um ambiente charmoso e descontraído que lembrava um misto de feira de rua com quermese. E claro, muita comida boa, com um preço bem acessível.
Entres os mais disputados estavam os ceviches de tilápia e atum de Checho, R$ 14, que se esgostaram em menos de uma hora; e o famoso Buraco Quente, do Na Cozinha, feito com pão francês recheado de picadinho de filé mignon, cebola, pimenta, alho e tomate, que também esgotou lá pelas 2h.
Outras opções que fizeram bastante sucesso foram o sanduíche de pernil, R$ 12, do Alma Rústica, que podia ser acompanhado de um copo de Hidromel, R$ 5, combo digno de um viking. Já o chefe, Henrique Fogaça, Sal Gastronomia, serviu sanduíche de copa de lombo no pão ciabata, acompanhado de bacon, queijo meia cura e vinagrete de maça, R$ 10.
Na parte das bebidas, Tibira, do Caos, serviu drinks como o Jack Lemmy, feito com Coca-Cola, baunilha e Jack Daniel’s, R$ 20; e o Kriptonita, vodka, licor de melão, limão e cereja, R$ 15. Quem preferiu os vinhos pôde experimentar a seleção da sommelier Daniela Bravin, do Bravin, com taças que variavam entre R$ 10 e R$ 15.
O que era previsto para ser um programinha antes, ou depois, da balada, se tornou o evento da noite para muita gente. O público do Mercado era bem variado, com senhoras de idade e pais com seus filhos pequenos, até jovens descolados e casais em busca de um programa a dois.
Até mesmo Alex Atala, que organiza o Chef na Rua durante a Virada Cultural 2012, fugiu de sua famosa galinhada no Dalva e Dito para prestigiar o evento do amigo. “Nós precisamos entender que alta cozinha não é ingrediente caro. É uma receita ou um produto bem feito. Isso daqui é só uma semente que vai contagiar muita gente e se Deus quiser o Brasil inteiro. Comida de rua também é cultura”, disse o chef.
No final das contas, a espera para entrar no evento valeu a pena. Opções variadas de comida boa, clima descontraido e preços acessíveis. A primeira edição do Mercado foi um sucesso. Que venham as próximas.
Por Edson Castro
Atualizado em 7 Ago 2012.