Por Adriano Bertin
Após passar dois anos longe dos holofotes da indústria fonográfica, Laura Pausini está próxima de retornar aos palcos internacionais. Principal nome do pop italiano, a cantora contou ao Guia da Semana os detalhes do seu novo disco, intitulado Inédito, que chegou às lojas do mundo todo nesta sexta-feira (11).
Em um total de 14 canções, a dona dos hits “La Solitudine” e “Incancellabile” mostra que seu talento vai além da voz marcante. Na obra, Laura está por trás de quase todas as faixas, atuando como compositora ao lado do músico Paolo Carta. “Gosto de todas as letras [deste disco] porque todas falam verdadeiramente de mim. Ainda que o mundo goste mais do dance e do eletrônico – e o meu CD não tem nada de eletrônico – procurei me manter fiel ao estilo musical”, conta.
O novo disco ainda segue o que já se tornou uma tendência na carreira da artista. Produzido totalmente em italiano, o trabalho chega às prateleiras com uma versão em espanhol e alguns atrativos na edição de luxo. Aos brasileiros, a expectativa fica pela faixa “No Primeiro Olhar”, que corresponde à canção “Nel Primo Sguardo” traduzida para o português.
Emplacando sucessos desde 1993, cantora agenda nova turnê internacional (Créditos: Montagem)
Prevista para retornar ao Brasil em janeiro de 2012, Laura mostra-se ansiosa para encontrar os fãs daqui em uma nova oportunidade. “Eles são maravilhosos comigo. Alguns deles me acompanham desde os meus nove anos. Eles sabem muito de mim e eu sempre quero saber deles. O Brasil é muito quente comigo”, diz.
Confira abaixo a entrevista:
Guia da Semana: Laura, você vem de dois anos parada e agora retorna com um disco cujas canções, em sua maioria, são de sua autoria. O que você preparou para esta volta?
Laura Pausini: Quando decidi parar, me obriguei a não pensar em um novo disco. Pensei que somente escreveria novas canções quando elas chegassem a mim. Com isso, cheguei a marca de 74 músicas diferentes, com ritmos do rock, do jazz e do pop. Quando chegou a hora de escolher as 14 que entrariam no CD, fiquei surpreendida, porque eram muito similares àquelas que gravei antes da pausa.
Estou feliz por fazer o que eu gosto. Gosto de todas as letras [deste disco] porque falam verdadeiramente de mim. Ainda que o mundo goste mais do dance e do eletrônico – e que o meu CD não tenha nada de eletrônico – procurei me manter fiel ao estilo musical.
GDS: Além de levar para o português, você ainda gravou a canção “Nel Primo Sguardo” em francês e espanhol. Algum motivo especial para isso?
LP: A verdade é que quando a escrevi, junto a Niccolò Agliardi e Paolo Carta, “Nel Primo Sguardo” se chamava “Beautiful”. No entanto, não encontrava palavras para dar sentido ao refrão. E na ocasião, já imaginava que seria bonita quando cantada em português. Então, com a ajuda de Carolina, uma amiga minha, nasceu “No Primeiro Olhar”.
GDS: Na hora de compor, você já pensa em possíveis versões para espanhol e outras línguas?
LP: Eu amo fazer uma, duas ou até três canções também em francês e português. É sempre uma decisão minha, uma vontade total. Aprendi a viver no mundo através dos idiomas, das línguas. É maravilhoso poder aprender algumas palavras novas através das canções.
GDS: A faixa “Benvenuto” abre o CD que marca o seu retorno. Ela é a responsável por demonstrar musicalmente esta nova fase?
LP: “Benvenuto” (veja o vídeo no final da página) fala das pessoas autênticas, que não têm medo de mostrar a sua verdade. As pessoas “bem-vindas” não temem a possibilidade de não serem aceitas e eu amo esse conceito de liberdade. Ela foi escolhida para ser a primeira porque tem uma mensagem muito positiva e otimista. E eu sou otimista, gosto de dar energia e força na minha música.
GDS: E quanto à faixa “Inédito”, que nomeia o disco?
LP: “Inédito” é a canção mais rock do disco. Ela fala de duas pessoas opostas que se juntam e vão fazer uma nova história, um mundo inédito. Amo as contradições, as pessoas que não são iguais. A diferença é uma paixão para mim.
GDS: Você pensa em gravar um disco inteiramente em português?
LP: Gostaria, sim, de lançar um CD em português. Uma vez eu perguntei à minha gravadora sobre um disco no idioma, mas eles disseram: ‘queremos você cantando em italiano’. Então, por não gravar um disco inteiro em português, sempre há uma música nos álbuns.
GDS: Você pensa em fazer um dueto com algum artista brasileiro?
LP: Gostaria de fazer um dueto em português e penso em artistas que amo muito e que são diferentes de mim. Por exemplo, a Ivete [Sangalo], que tem uma maneira de se apresentar ao publico muito similar à minha. Gosto também de Maria Gadú, Ed Mota e Ana Carolina pela sua voz muito quente.
GDS: Ao contrário de muitos artistas, você faz questão de organizar encontros com seus fãs. Qual o motivo de atender aos pedidos deles?
LP: Quando tenho tempo e não fico cansada, gosto de encontrar as pessoas que mudaram a minha vida. Agora, voltando de dois anos de pausa, estou muito energética e quero encontrá-los [os fãs]. Eles sabem muito sobre mim e eu quero saber sobre eles.
GDS: O povo brasileiro é diferente?
LP: Eu não acredito que as pessoas sejam diferentes. Pode ser diferente a maneira de manifestar, como quando vou à Filândia ou à Suécia, eles são muito reservados. O Brasil é muito quente comigo, como o México e outras nações. Amo todos os meus fãs, sejam eles do Norte, Sul, Leste ou Oeste.
Por Adriano Bertin
Atualizado em 10 Abr 2012.