Deixou a desejar para uns, impressionante para outros. Mas, como um legítimo representante do Oasis, Noel Gallagher não ligou muito para as opiniões alheias e foi Noel Gallagher na noite desta quarta-feira, 2 de maio, no Espaço das Américas, em São Paulo.
Tocou no seu estilo cool de um base guitar (guitarras grandes, sem distorções e riffs sem muita alteração de velocidade), não fez questão de cantar as músicas do Oasis sem sua autoria, fez brincadeiras satíricas com o público e manteve o estilo empafioso do Brit Pop. Ao ouvir os gritos de "Masterplan! Masterplan! Masterplan!" do público, respondeu: "Querem ouvir Masterplan? Então comprem House of Clocks" (disco do Oasis que contem a música). Simples. Mas, mesmo assim, levantou as mais de 10 mil pessoas que compareceram a seu show.
A apresentação, britanicamente, começou às 22h e teve uma hora e meia, sem o tradicional sai e volta do bis. O público, na sua maioria, era composto de pessoas que eram crianças quando o Oasis estava no auge, na década de 1990. Mas mesmo assim, sentiram falta de mais músicas do maior grupo inglês do final do século XX.
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Claramente, Noel deu um ponto final ao Oasis. Isso se mostra pelo setlist do show, no qual ele intercalava uma música de sua ex-banda entre várias músicas de seu grupo atual, Noel Gallagher´s High Flying Birds. De relevante mesmo do Oasis, teve "Supersonic", "I´m Free" e "Don´t Look Back in Anger", que fechou o show em grande estilo. Maturidade de Noel? Orgulho ferido da separação de seu irmão e coautor Liam?
A verdade é que Noel cada vez mais se consolida como um dos maiores nomes da música britânica dos últimos 30 anos, senão o maior (apesar das chatices e de sua "pontualidade" até na hora de terminar o show, normais para quem acompanha a vida do músico há tempos). Mesmo em um show que, para ele, parecia mais uma noite, para as pessoas que estavam lá, definitivamente não foi.
Por Guilherme Maciel
Atualizado em 4 Mai 2012.