Imagina morar em uma cidade em que a população realmente tenha acesso a mobilidade, lazer e cultura? O Coletivo Arrua, que tem Barbara Lopes, Bruno Scatena, Everton Rodrigues, Clara Castellano e Larissa Silva como alguns de seus integrantes, é uma iniciativa criada para fazer com que isso aconteça em São Paulo.
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Formado por um grupo de amigos, o coletivo se reuniu a fim de buscar um modelo cidade democrática que funcione de acordo com os interesses da população que nela habita. Buscam construir novos valores que vão desde instalar a solidariedade até a luta por direitos dos cidadão.
Para entender melhor a pegada do Arrua, saber o que os idealizadores tem em mente e propõem para a sociedade, nós batemos um papo com o coletivo; veja só:
Quais são os objetivos do Coletivo Arrua?
Coletivo Arrua: Reinventar a cidade como espaço voltado ao convívio do diferente e promover uma cidadania crítica e ativa. Também atuar nas redes de forma distribuída e colaborativa, para construir uma plataforma que busque o bem comum.
Como pretendem fazer isso?
Coletivo Arrua: Aprofundando uma reflexão crítica sobre os temas que trabalhamos com debates, aulas públicas, leitura e produção de artigos e textos; constituindo espaços de encontro que permitam a troca de saberes e afetos; elaborando novas formas de intervenção no espaço urbano que convidem os cidadãos a pensarem; ampliar e fortalecer as redes presenciais e virtuais; e também dialogar com outros coletivos e grupos que atuam no espaço urbano.
Qualquer pessoa pode fazer parte? Como funciona?
Coletivo Arrua: Sim! Qualquer pessoa pode fazer parte. A pessoa interessada pode solicitar participação através de nossos canais de comunicação na internet ou através de uma/um integrante do coletivo. A partir deste contato, convidamos a pessoa interessada para participar de nossas reuniões presenciais para melhor apresentação do coletivo. Se a pessoa estiver de acordo com os princípios básicos, então, poderá participar ativamente das ações.
Qual é o principal intuito do coletivo?
Coletivo Arrua: O coletivo Arrua ocupa as ruas, praças e atua nas redes sociais digitais para recuperar a dimensão publica da cidade de forma distribuída e coletiva. Buscamos colaborar para estabelecer outra cultura política em conjunto com uma série de novos atores que estão reinventando as formas de fazer política e com arte e criatividade ocupam a cidade de São Paulo. Somos mais um grupo de pessoas que acredita que a cidade deve ser de domínio público, não dominada por interesses privados e mercantis. Uma cidade para as pessoas, que promove o encontro, onde pode-se amar e ser feliz.
Qual foi a primeira ação do coletivo?
Coletivo Arrua: Se relacionou ao direito a mobilidade, reivindicando mais alternativas de transporte público, com uma campanha pelo ônibus 24h e a defesa do direito à noite. Pouco a pouco, incorporamos outras pautas e nos somamos a campanhas de outros coletivos, como a luta pelo Marco Civil da Internet. Atualmente, nossos esforços estão centrados na discussão da desmilitarização da polícia e, mais do que isso, de pensar e propor ações para uma sociedade não militarizada.
Pode contar alguma situação que marcou a história do coletivo?
Coletivo Arrua: Em novembro de 2013, iniciamos a campanha "Por que o senhor atirou em mim?”, que buscou chamar atenção para a violência policial no assassinato do jovem Douglas Rodrigues [jovem de 17 anos morto por um policial na Zona Norte]. O movimento atingiu tamanha proporção que agora estamos criando outra pela desmilitarização da polícia militar. A "Por que o senhor atirou em mim?" virou um espaço importante para evidenciar as inúmeras violações cometidas pelo Estado, o despreparo que marca a atuação das polícias, seja nas manifestações de rua e/ou, principalmente, na periferia. Um tema muito relevante para que possamos alcançar avanços democráticos, romper com heranças da ditadura e permitir que a cidade seja ocupada com liberdade pelos seus cidadãos. Queremos combater a cultura do medo e viralizar a cidade com arte e amor.
Por Juliana Andrade
Atualizado em 14 Fev 2014.