Em um primeiro momento, ao ler a proposta dos fundadores do projeto Rio e Ruas, você pode pensar que eles estão viajando, mas o urbanista José Bueno, o geógrafo Luiz de Campos Jr e a bióloga Juliana Gatti acreditam que os paulistanos podem sim voltar seu olhar para os rios e árvores da cidade.

A ideia principal do Rios e Ruas é descobrir por onde correm esses rios invisíveis de São Paulo, divulgar esses locais e tentar retomar a paisagem que se encontra debaixo do concreto. “Mas como?”, você deve estar se perguntando. “Contribuindo assim para despertar em jovens e adultos uma compreensão afetiva sobre o uso do espaço urbano”, explicam os idealizadores no site oficial do projeto.

Claro que nada é de imediato, mas imagine que uma vez fazendo essa ligação afetiva sobre o uso do espaço urbano, as pessoas percebam que existem outras formas de “viver” a cidade. Pra você ter uma ideia de como essa conscientização é importante, Alexandre Delijaicov, arquiteto e urbanista da USP, tem uma pesquisa iniciada há mais de dez anos que propõe uma São Paulo fluvial.

"O projeto [de fazer uma São Paulo fluvial] não é uma fantasia. Ele é não apenas factível, como economicamente viável. Só o transporte público de lixo pelos rios já justificaria a execução. Mas essa é uma questão de política de Estado, não de governo. Porque o projeto pode levar 20 anos, atravessar até cinco gestões, com grandes obras de infraestrutura e gastos de mais de R$ 1 bilhão", explica Delijaicov em uma entrevista concedida a revista Trip.

O projeto Rios e Ruas não só acredita que isso é possível, mas também tenta conscientizar as pessoas para que elas lutem para viver em uma cidade melhor. “Despertar a consciência dos paulistanos para uma nova convivência com os elementos vivos da natureza urbana de São Paulo é aprofundar a reflexão sobre o uso do espaço público, sobre o desenvolvimento da cidade onde vivemos”, dizem no site oficial.

Curtiu? Acompanhe o trabalho do Rios e Ruas através da página facebook.com/rioseruas e o site rioseruas.com.