Guia da Semana

As palavras do profeta Gentileza sempre deixaram um rastro de esperança por quem quer que passasse pela Zona Portuária. É uma tarefa e tanto definir a arte urbana, já que sua principal característica é justamente a liberdade.

Integradas à cidade onde estão, levando alguma mensagem de amor, de esperança, ou simplesmente chocando com tantas cores e formas, é impossível ficar indiferente às manifestações. A mais conhecida vertente da street art é o graffiti, mas temos também colagens e técnicas como o estêncil e serigrafia. O Rio de Janeiro, cosmopolita que é, tem um monte dessas belezas que colorem nosso dia a dia. O Guia da Semana preparou um roteiro especial pra você ver e reconhecer cada canto.

Galpão Gamboa


Ele é conhecido por pintar o diabo, literalmente. Pelas ruas da Zona Norte, principalmente, é possível ver colagens e grafites de Rafo Castro. Esses são do Galpão Gamboa, uma casa de shows e teatro na Zona Portuária.

Metrô Flamengo


Talvez os lugares preferidos dos grafiteiros sejam as estações de metrô. É quase uma regra! Esta de Bruno Zagri fica na estação de metrô do Flamengo, entrando pela rua Marquês de Abrantes. Bruno agora vive em Maceió, e segue colorindo as cidades pelo mundo afora.

Zona Portuária


A região está em processo de revitalização, ganhando museus (o MAR já está pronto) e é um dos polos culturais da cidade. Entre tantas novidades, temos o maior painel de graiffiti do Brasil! Organizado pelo artista Toz, ocupa uma área de 2.100 m² na rua Coelho e Castro, na lateral do prédio que pertence às Lojas Americanas.

Favela do Vidigal


Em 2012, a comunidade que fica entre Leblon e São Conrado recebeu uma UPP. Antes disso, já recebia belezas como essa de Marcelo Ment. Marcelo é um dos mais conhecidos e respeitados artistas da cidade e suas cores, principalmente a personagem Alice (foto), podem ser vistos por toda a cidade, desde os Arcos da Lapa ao Engenhão.

Homegrown


Uma mistura de loja com galeria de arte, lá pode-se encontrar tênis, bonés, camisetas exclusivas, revistas e toy arts, além dos lançamentos e exposições dos artistas de rua. Na foto, serigrafia numerada de Leo Uzai, que também é mestre em xilogravuras, à venda na loja em Ipanema.

Rodoviária Novo Rio


Nos arredores do Porto do Rio não é somente as palavras do profeta Gentileza que trazem um pouco de cor aos engarrafamentos. Por ali, é possível ver inúmeras pinturas de artistas desconhecidos. Esta fica próxima à entrada da Rodoviária Novo Rio e trazem um pouco de alegria a quem chega ou deixa a cidade.

Pedra do Sal


Lugar de extrema importância na formação cultural da cidade, a Pedra do Sal fica no bairro da Saúde, nos arredores da Praça Mauá. Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, fica a cerca de 100 metros do Largo da Prainha, onde se encontravam grandes nomes do samba como Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres. A colagem da foto de Martin Escriche, do Graffity My Rio, reverencia a cultura local, unindo manifestações culturais tão distintas quanto urbanas.

Olho da Rua


O espaço cultural fica em Botafogo e é uma mistura de loja de design, galeria de arte e café. Viabilizado por um grupo de investidores, vez ou outra tem alguma ocupação por lá, com mistura de música e exposição. A foto acima é da última ocupação, em março de 2013.

Lagoa Rodrigo de Freitas


A construção estava tomada pelo cinza, com uma tinta anti-graffiti. Pois o coletivo MUDA foi lá e colou esses azulejos coloridos, devolvendo vida ao redor da nossa querida Lagoa.

Museu de Arte Contemporânea de Niterói


As "flô" de Júlio Ferretti começaram na Zona Norte carioca, e é possível ver várias de suas xilogravuras e pinturas pela Tijuca e arredores. Expandindo um pouco, essas ficam no MAC, em Niterói.

Para finalizar, assista a esse vídeo de Martin Escriche. Filmado durante um circuito de grafite na Ladeira dos Tabajaras/Morro dos Cabritos e também no bairro Ciudad Bolívar, em Bogotá, na Colômbia, durante um comercial de TV. É muito interessante notar como se cruzam culturas tão diferentes, provando que a arte é mesmo uma linguagem universal.

Por Marco Sá

Atualizado em 5 Jun 2013.