Já ouviu falar de Hortelões Comunitários? Nada mais é do que uma horta cultivada em espaços públicos da cidade. A ideia que começou com um grupo no Facebook e encontros para trocas de sementes resultou em cerca de seis hortas espalhadas por São Paulo.
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Claudia Visoni e Tatiana Achcar são algumas das pessoas responsáveis por essa iniciativa. Ao criarem o grupo Hortelões Urbanos para trocar experiências e dicas de plantio doméstico de alimentos, elas sentiram a necessidade de ampliar o projeto, saindo das redes sociais pras ruas.
Foi então que a dupla e integrantes do grupo uniram forças com Daniela Cuevas, Juliana Gatti e uma galera que troca de sementes e mudas no Parque da Luz para a criação dos Hortelões Comunitários e, a partir daí, as hortas foram só crescendo.
“Surge uma nova maneira de vivenciar a cidade, que não é nova, mas que nas últimas décadas tinha sido esquecida, as gerações mais antigas viveram isso era plantar alguma coisa no quinta, no terreno baldio e isso estava totalmente esquecido”, diz Claudia em uma conversa com o Guia da Semana.
Como começar um Hortelão Comunitário
Não pense que é só chegar e fazer a horta na pracinha aí perto da sua casa, Claudia recomenda que o primeiro passo a ser dado é conversar com pessoas que frequentam e moram perto o local em que você pretende fazer pois é fundamental saber se as pessoas tem interesse de te ajudar a cuidar das plantinhas.
O segundo passo é tentar um contato com a subprefeitura, o CADES (Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). “As reuniões são abertas a população, então é só ligar e dizer que você quer participar da próxima reunião do CADE. Daí você pode aparecer como cidadão e dizer que você e mais um grupo querem fazer uma horta em tal praça”, explica a hortelã, que também é conselheira do CADE de Pinheiros.
Regulamentação no Brasil e no mundo
Ainda não existe um apoio efetivo para a criação de Hortas Comunitárias e muito menos uma politica pública no país, mesmo com um potencial é muito grande. “Existem estimativas que 40% dos alimentos consumidos em São Paulo, poderia ser produzidos em São Paulo mesmo”, diz Claudia.
Já em Rosário, na Argentina, a história é bem diferente. Depois da crise de 2002, a prefeitura incentivou as pessoas a se movimentarem para criar esses espaços, Claudia conta que “acabou virando uma fonte de trabalho e renda pra população. São milhares de pessoas, centenas de hortas”.
Também é possível encontrar esse trabalho da prefeitura junto com a população em Berlim e Londres, que para as Olimpíadas de 2012 emplacou o “2012 hortas para 2012”, projeto que deu tão certo alcançou um número maior do que o proposto.
Feliz da vida com suas hortas, Claudia manda um recado pra quem pensa começar um Hortelão Comunitário:
“É uma delicia você ir pruma praça encontrar um monte de gente legal e ficar com a mão na terra. Faz muito bem pra gente, acho que o maior beneficiado por esta atividade é a pessoa que está praticando”
Mutirões em São Paulo
Horta das Corujas
Onde: próximo à Av. das Corujas, Vila Madalena
Quando: todos os finais de semana alternando sábados e domingos a partir de 10h.
Horta do Ciclista
Onde: av. Paulista entre Bela Cintra e Consolação (canteiro central)
Quando: primeiro domingo do mês a partir de 12h.
Horta da Pompéia
Onde: rua Francisco Bayardo, perto da Av. Pompeia
Quando: todo domingo a partir de 11h com café da manhã comunitário.
Horta da Vila Anglo
Onde: Praça Antonio Resk, perto da Rua Heitor Penteado
Quando: todo sábado a partir de 10h e terças 9h.
Horta do CCSP
Onde: Centro Cultural São Paulo, metrô Vergueiro
Quando: todo último domingo do mês a partir de 9h com café da manhã comunitário.
Horta Comunitária do Parque Ipê
Onde: rua Marujada, 53, Campo Limpo
Quando: sábados a partir das 8h30.
Horta do IEE USP
Onde: Instituto de Energia e Ambiente na Cidade Universitária
Quando: a cada duas semanas, sempre aos sábados das 9 às 13hs.
Horta FMUSP
Onde: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Quando: quinta às 17h e sexta às 12h
Por Juliana Andrade
Atualizado em 18 Mar 2014.