Quadras poliesportivas, biblioteca, área verde, escolas de ensino técnico e pista de skate. Estruturas que normalmente ficariam isoladas umas das outras, estão reunidas no gigante Parque da Juventude, em Santana. E tudo lá remete a lazer, esporte e grandes eventos, bem diferente do que acontecia no passado, quando no lugar havia a Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru.

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“O parque foi uma conquista da comunidade, de entidades e associações da Zona Norte, que cobravam pela desativação do Carandiru”, conta o diretor do Parque, Paulo Pavan. “A pressão foi grande, porque sempre havia fugas lá”, lembra. Com a sua desativação e demolição, em 2002, foi feito um projeto de reutilização do lugar, para aproveitar os 240 mil m2 que a então penitenciária ocupava.

Mas nem tudo foi demolido: o parque manteve três construções que faziam parte da penitenciária. Duas delas são os antigos pavilhões quatro e sete, que hoje abrigam as escolas da Etec (Escola Técnica Estadual). Somente a estrutura dos prédios foi mantida: todo o seu interior foi reformado e adaptado para receber as salas de aula dos cursos técnicos. Outra instalação é uma das muralhas que circundavam o Carandiru. “Ela tem oito metros de altura e aproximadamente 300 m de comprimento, e as pessoas podem andar sobre ela”, diz.

Para se ter uma ideia de como o espaço foi bem aproveitado, o parque tem dez quadras poliesportivas, uma pista de skate, 35 mil m2 de área verde, pista para caminhada e estacionamento. O uso das quadras é livre: você pode levar sua própria bola ou pegar uma emprestada nas lanchonetes que ficam próximas às quadras. Lá também acontecem as aulas gratuitas de vôlei, futsal, tênis e handebol. Na pista de skate rola um curso para arrasar nas rodinhas e, em um espaço coberto dentro do Parque Esportivo, há aulas de kickboxing e tae kwon do. “É um lugar que dá para passear, andar de bicicleta, patins e fazer piquenique”, conta Pavan.

Não é à toa que o parque tem uma grande aprovação – e não somente dos moradores da região. Segundo Pavan, 200 mil pessoas frequentam o local todos os meses – algo impensável dez anos atrás. “O carinho do povo pelo parque é muito grande. Ele é considerado o quintal da casa de muita gente”, completa Pavan.