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Se uma imagem vale mais que mil palavras, os desenhos que o cartunista Paulo Caruso faz dos entrevistados no programa Roda Viva, da TV Cultura, mostram as entrelinhas do que não é dito ou fica subentendido no discurso dos convidados. Suas obras aparecem por apenas dois segundos na televisão, mas uma seleção delas pode ser vista sem pressa na exposição Roda Viva 25 anos, o Brasil passa por aqui, no Espaço Cultural BM&FBovespa, no Centro, até o dia 30 de dezembro.

O evento comemora os 25 anos do programa no ar e, nesse tempo, entrevistou centenas de personalidades de áreas tão diferentes como política, música, esporte e economia. Durante esse período, Caruso fez mais de mil charges, que não necessariamente mostram a entrevista como se fosse uma fotografia. “O processo criativo é um malabarismo que mistura o momento da entrevista com a expressão do rosto das pessoas”, conta Caruso, que também é curador da mostra.

Entre as 25 charges em exposição, Caruso destaca algumas muito significativas. Jô Soares foi o convidado do dia 16 de novembro de 1998. Ele contou um episódio curioso envolvendo sua mãe: ela se queixava de dores na região do útero e se consultou com um ginecologista, que era seu primo. E ele deu o veredito: você está grávida! E era do Jô. Outra entrevista foi com o filósofo Luiz Felipe Pondé. Em um momento do programa, ele disse que Deus conhece cada fio de cabelo dele – e Pondé é careca. “Eu desenhei Deus como barbeiro”, conta.

Os desenhos desempenham um outro papel importante: o de colocar em imagens a opinião de quem está sentado no meio da roda. “Como é um programa de perguntas e respostas, é uma forma de quebrar a ‘monotonia’ com um desenho”, diz. E tudo é muito rápido: Caruso tem cinco minutos para captar a ideia da entrevista, passar para o papel e mostrar para o público que está em casa. E, para acompanhar tudo isso, uma câmera fica o tempo todo sobre ele e exibe, traço a traço, todos os movimentos que vão culminar em uma charge. Aproveite e conheça os desenhos que são assiiim... uma Brastemp!