Quando decidi escrever sobre esse tema, achei que iria ser mais fácil, porém, confesso que foi bem difícil, pois, ao mesmo tempo que trabalho com isso, também sou cliente do entretenimento paulista, e separar esses dois lados foi um pouco complicado, mas aqui vai minha visão de cliente.
Hoje, a noite de São Paulo está um pouco sem graça. As festas em boates perderam seu charme, muitas brigam pelo mesmo público e usam a mesma formula de sempre, o do "DJ gringo" e equipamentos de som de última geração. Mas será isso o suficiente?
Acredito que, com essa falta de diferencial e encanto, cada vez mais as pessoas preferem estar em bares ou mesmo fazer festas em casa. São muitos que já tem o próprio club em casa e, pelo menos uma vez por mês, soltam o som e reúnem os amigos em vez de enfrentar uma boate pela frente.
Cada vez mais, as festas paralelas ganham espaço no calendário paulista, sempre buscando algum espaço inusitado, uma temática diferente e com algum conceito por trás que acabam trazendo esse público carente de volta à noite.
O entretenimento cresce cada vez mais rápido em São Paulo. Diversos bares e restaurantes são abertos a cada mês, e todos buscam algum conceito para se diferenciar entre si, seja no cardápio, no chef, na decoração... e o que eu vejo em boates são todas com a mesma proposta.
Mas, também, entendo o lado das boates. Apesar de a qualidade ter caído, o faturamento continua crescendo, e acabam então sendo um ótimo negócio, pois muitas vezes fico pensando: será que esse público formador de opinião é fiel?
O grande "x" da questão é: como ter esse público constante em um cenário onde tudo muda constantemente e a oferta cresce vertiginosamente? Será realmente possível ter essas pessoas como seus clientes do dia a dia?
Por essas e outras, ainda acho que existe uma grande oportunidade pela frente no entretenimento de São Paulo. Quem souber entender a real necessidade desse público pode conquistar essa fatia de mercado que está carente. Vamos aguardar.
Leia as colunas anteriores de Bruno Dias:
Will.I.Am no Brasil
Cher não encantou
Trancoso e seu réveillon
Quem é o colunista: Empreendedor, sempre buscando novas ideias, novos projetos.
O que faz: Relacionar pessoas através do entretenimento.
Pecado gastronômico: Strogonoff de camarão.
Melhor lugar do Brasil: Trancoso.
O que está ouvindo no carro, iPod, mp3: Jota Quest.
Fale com ele: [email protected] ou www.twitter.com/_bruninhodias
Atualizado em 7 Out 2011.