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Já ficou meio batido dizer que a internet está modificando a nossa relação com o mundo e com as pessoas. O e-mail substituiu boa parte das cartas, ICQ, depois MSN, Gtalk e Skype competem com o telefone. Porém, a cada dia surgem novas ferramentas de comunicação dentro da WEB. Uma delas é o Twitter (conheça). Trata-se de um serviço on-line em que as pessoas mandam pequenas mensagens de texto dizendo o que estão fazendo. Os amigos dessa pessoa recebem as atualizações via celular ou acompanham as novidades pelo site. Bom, mas o que isso tem a ver com a noite que dá título a esta seção? É que o Twitter tem sido utilizado fortemente para divulgar eventos, shows, festas e baladas.
Até pouco tempo atrás, os acertos para sair de balada eram feitos pessoalmente ou por telefone. Na adolescência, o aparelho de telefone do meu quarto me foi dado depois que o meu pai comprou um novo para o escritório dele. O meu "novo" aparelho permitia criar atalhos de números telefônicos na memória. Todos os meus contatos eram dos meus amigos que saiam para as festas comigo. Depois, comecei a combinar via e-mail. As confirmações eram feitas via MSN. Hoje, quando quero convidar os amigos para sair, mando mensagens de celular, escrevo no blog, mando e-mails, mensagens instantâneas e coloco diversos avisos no Twitter. Opções não faltam. É como se não houvesse mais desculpas para não convidarmos as pessoas para sair, afinal, elas podem ser encontradas de várias maneiras.
Além de servir para avisar, o Twitter prolonga os efeitos da balada. É muito comum ver as pessoas postando o que aconteceu na noite anterior, fofocando sobre quem ficou com quem, reclamando da ressaca e do sono, lamentando não ter saído de casa, elogiando o DJ, entre outras milhares de mensagens. É como se a balada por si só não bastasse, é necessário expandi-la em todas as direções e deixar público o que aconteceu na pista. Acredito que isso se deve, em grande parte, a estarmos vivendo uma era de exposição pessoal.
Não acho que isso seja um problema, é apenas uma característica dos nossos tempos. Poucas coisas ficam incólumes, o seu pisão no pé de uma pessoa estará na internet no dia seguinte. Com isso, a espontaneidade pode estar com os seus dias contados na balada. O "carão", o blasé começa a se tornar o padrão - talvez as pessoas tenham medo do que será publicado no Twitter no dia seguinte. Será?
Quem é o colunista: Eu? Eu sou o Luiz Pattoli.
O que faz: Jornalista, andarilho e editor do www.churrascogrego.com.br
Pecado gastronômico: Vindo com saúde, eu traço.
Melhor lugar do Brasil: O estádio da Rua Javari.
Fale com ele: [email protected]
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Atualizado em 6 Set 2011.