Guia da Semana

Foto: Divulgação


Todos sabem da corrida por novas tecnologias que está acontecendo no mundo todo com relação aos DJs. Aqueles caras, que antes eram mal falados, agora são foco de atenção de muitas multinacionais ligadas diretamente à tecnologia. Um exemplo disso são as novidades que foram mostradas na NAMM 2011 ( National Association of Music Merchants), uma das mais importantes e esperadas feiras tecnológicas do mundo, que aconteceu em janeiro.


Dentre os muitos "brinquedos" caros e interessantes, eu quero destacar dois, o que é realmente muito difícil de fazer, por causa das ótimas novidades que estão chegando. O primeiro deles - e de muita importância -, é que a Pioneer entrou definitivamente no mundo das controladoras de áudio apresentando o DDJ-T1 com quatro decks controlados pelo software Traktor (foto) e o DDJ-S1 com dois decks, controlados pelo Serato Itch.

Eu disse que era importante porque a Pioneer é a maior remanescente que ainda utilizava CDs como ponto forte. Com a entrada dela no mercado de controladores, os CDs estão com seus dias ainda mais contados, especialmente no Brasil, onde a Pioneer é mais forte.

Ambos aparelhos têm muita qualidade de áudio e rapidez do controle das ações. Uma coisa interessante está no espaço que eles ocupam: como eles precisam de notebooks para os arquivos, os teclados ficam por baixo das controladoras e as escolhas das músicas são feitas por um botão giratório. Desse modo, os teclados dos notebooks não são necessários e ficam escondidos.

Os DDJ-T1 e DDJ-S1 são aparelhos top de linha e não servem para serem transportados. São ideais para locais fixos, e os DJs convidados podem tocar levando as músicas em um pen drive que os softwares lerão normalmente. Nada mais de pastas e CDs jogados em cima da mesa. Apesar dessas grandes novidades, preparem-se para um valor extremamente salgado para os padrões brasileiros.

O outro destaque ficou por conta do novo software do fenômeno Xponent, a versão 2.0 da M-Audio, que já está disponível no site para download e teste de 30 dias. Depois desse prazo, o preço sugerido para a venda é de 50 dólares.

A versão 2.0 ficou muito mais leve e traz também a atuação de quatro decks simultâneos. Mas a maior novidade é que ele vai atuar em todas as controladoras, coisa que antes era impossível: tínhamos que comprar o aparelho Xponent que vinha com o software. Agora ele pode ser usado sem limitação de aparelhos.

Os responsáveis do estande também deixaram escapar que a M-Audio está trabalhando na próxima geração de controladoras que pretendem substituir o Xponent. Eles parecem estar preocupados com a aparência, funcionalidade e a atuação de áudio e vídeo, porque o Torq ainda perde para o Virtual DJ e o Serato. Isso é, realmente, uma bola fora.


Resumidamente, estamos diante de mais inovações, e os DJs deverão ter muito mais habilidades do que ficar somente trocando de músicas e escolhendo CDs. Os novos programas e aparelhos estão sendo criados de acordo com exigências de profissionais experientes e multitarefa. Assim, existirá uma barreira entre o profissional e o aventureiro: se, antes, as chamadas "escolas de DJs" ensinavam somente a encaixar batidas, agora deverão ensinar muito mais do que isso: novos nomes, ações, tipos de aparelhos, ligações, compatibilidade, entre outras coisas que os softwares necessitam.


Para o público, isso é ótimo: vai resultar em mais qualidade e melhores atuações de DJs, que devem ficar menos enlatados e mais informados. Aqueles que pararem no tempo sumirão, o que criará uma peneira natural dos fatos: o DJ talentoso fica, o aventureiro sai.


Nas baladas, teremos DJs mais criativos, performáticos e interativos. Imagine uma balada em que o DJ receba um torpedo no celular exclusivo da balada com o pedido de uma música. Se ele não tiver naquele momento, irá baixar pela internet móvel ou wireless em poucos minutos, e tocar para quem pediu. Ou um DJ que utilize um dos decks para tocar uma versão instrumental e os outros tocando acapellas famosas. Tudo é válido pela criatividade. As baladas serão verdadeiras atrações de qualidade, além de ter gente bonita e divertimento. Viva a tecnologia!

Leia as colunas anteriores do DJ Fabio Reder:

Baladas 2011

DJ para iPad

Vetada a profissão de DJ

Quem é o colunista: DJ há 18 anos, produtor musical há três anos, divulgador de músicas para rádios desde 1997.

O que faz: DJ, produtor de música eletrônica e empresário do ramo de rádio.

Pecado gastronômico: Lasanha e pavê de Sonho de Valsa.

Melhor lugar do Brasil: Meu estúdio de produção musical.

O que está ouvindo no carro, iPod ou mp3: Música eletrônica e diversos outros estilos que contenham letras bacanas e melodias.

Fale com ele: [email protected] ou acesse o site do colunista.


Atualizado em 12 Fev 2014.