Superação, dor, jogos, traições e, acima de tudo, muita música. O universo do jazz, ritmo das comunidades negras norte-americanas especialmente popular nos anos 20, já ofereceu ao cinema muito mais do que algumas notas angustiadas de saxofone: foi fonte de inspiração para grandes personagens, dramas e musicais de época.
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Conheça dez filmes que se inspiraram no jazz, desde a sua criação até os dias de hoje:
O Cantor de Jazz marcou a transição do cinema mudo para o falado (Divulgação)
O Cantor de Jazz (1927)
Ao sincronizar a gravação da voz de Al Jolson com as imagens de O Cantor de Jazz, a Warner inaugurou a onda dos filmes falados em Hollywood, deixando para trás a dublagem musical ao vivo. Jolson desafia a vontade do pai judeu para tentar a sorte nos palcos, pintando o rosto de preto para representar o choque cultural.
Frank Sinatra expõe um carteador e músico mergulhado em drogas (Divulgação)
O Homem do Braço de Ouro (1955)
O cantor Frank Sinatra interpreta um carteador habilidoso, recém-liberto da prisão, que sonha em largar o submundo para se tornar um percussionista de jazz no drama de Otto Preminger. O filme é marcado pela trilha sonora de Elmer Bernstein.
A cantora Diana Ross interpreta Billie Holiday (Divulgação)
O Ocaso de uma Estrela (1972)
Diana Ross vive uma das maiores vozes femininas do jazz, Billie Holiday, numa cinebiografia dramática dirigida por Sidney J. Furie. O longa aborda toda a vida da artista, partindo de um final melancólico na prisão, onde Holiday relembra como saiu de uma infância traumática para o sucesso e para as drogas.
Richard Gere é o protagonista do drama dirigido por Coppola (Divulgação)
Cotton Club (1984)
Francis Ford Coppola foi duramente criticado por este filme, mas, enredo à parte, é fato que Cotton Club tem suas raízes fincadas no jazz. Com Richard Gere e Diane Lane no elenco, o longa acompanha a trajetória de um músico, que usa suas relações com a máfia americana para crescer na carreira.
Forest Whitaker interpreta Charlie "Bird" Parker (Divulgação)
Bird (1988)
Outro grande diretor que se aventurou no universo do jazz foi Clint Eastwood, que adaptou a biografia do saxofonista Charlie “Bird” Parker para as telas. Eastwood recuperou histórias da infância de Parker e enfocou suas relações com outras estrelas do jazz, como Dizzy Gillespie e Red Rodney. Forest Whitaker, que interpreta o músico, foi eleito melhor ator naquele ano pelo Festival de Cannes.
Sean Penn é uma estrela do jazz "inventada" por Woody Allen (Divulgaçaõ)
Poucas e Boas (1999)
Woody Allen é um fã de jazz declarado – tão fã que ocupa seu tempo livre tocando clarinete nas noites de Nova York. Em Poucas e Boas, ele faz uma homenagem ao seu estilo favorito colocando Sean Penn no papel de uma estrela fictícia inspirada em Django Reinhardt. O diretor intercala depoimentos de artistas reais para dar credibilidade ao personagem e inclui uma coadjuvante muda, em tributo aos anos 20 em que reinavam os filmes sem falas.
Renée Zellwegger e Catherine Zeta-Jones são as assassinas-estrelas de Chicago (Divulgação)
Chicago (2002)
O filme de Rob Marshall, como o clássico de Cecil B. DeMille de 1927 (mudo), se inspirou numa peça teatral dos anos 20. O musical, com Catherine Zeta-Jones e Renée Zellwegger, reconta a história de duas mulheres, acusadas de assassinato, que se tornaram estrelas do jazz em Chicago.
Jamie Foxx entrou na pele de Ray Charles para o filme de 2004 (Divulgação)
Ray (2004)
Jamie Foxx ganhou o Oscar de melhor ator pela performance em Ray, como o músico rebelde que ficou cego aos seis anos de idade. Ray Charles, pianista e cantor negro, transitou entre o jazz e o blues nos anos 60 e teve a vida marcada por mulheres e pelo vício em heroína. Algumas das canções da trilha sonora foram interpretadas pelo próprio ator.
Festas alucinantes embaladas a jazz marcam o romance de Fitzgerald (Divulgação)
O Grande Gatsby (2013)
O romance de Scott Fitzgerald, de 1925, ganhou diversas versões para o cinema, sendo a mais recente a de Baz Luhrmann, com Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e Carey Mulligan. A história se passa na década de 20, quando um misterioso milionário organiza festas delirantes – onde o jazz é essencial e, na versão de Luhrmann, temperado com hip hop – só para reencontrar a mulher da sua vida.
Romain Duris e Audrey Tatou são fãs de Duke Ellington em A Espuma dos Dias (Divulgação)
A Espuma dos Dias (2013)
Esta é outra produção recente que se inspira no jazz – seja pelo som, seja pelo espírito passional e melancólico da obra de Michel Gondry, adaptação do romance de Boris Vian. Para deixar a relação ainda mais evidente, o roteiro dá lugar de destaque à obra de Duke Ellington, compositor de jazz desde os anos 20. Nos Estados Unidos, o filme até ganhou o nome de “Mood Indigo”, como uma das canções do jazzista.Por Juliana Varella
Atualizado em 16 Ago 2013.