Existem diretores que apenas realizam a visão de roteiristas e produtores, ou que contam boas histórias sem, necessariamente, imprimir uma interpretação muito pessoal ao filme. Mas há diretores – raros – que também são autores e colocam um pouco de si mesmos em cada projeto, criando uma filmografia coerente, forte e cheia de personalidade.
Conheça 12 diretores de cinema com estilo inconfundível:
Christopher Nolan
Famoso pela trilogia “Batman” (2005-2012), “A Origem”, “O Grande Truque” e “Interestelar”, Nolan é um diretor que gosta de fazer seu espectador pensar, com histórias cheias de quebra-cabeças e ousadias filosóficas. Visualmente, seus filmes são marcados por um filtro azulado ou amarelado, perspectivas vertiginosas e ambientes tão protagonistas quanto os atores.
Guillermo del Toro
Conhecido por “Hellboy” I e II, “Blade II”, “O Labirinto do Fauno”, “Círculo de Fogo” e, mais recentemente, “A Colina Escarlate”, Del Toro é um diretor mexicano que carrega a dramaturgia latina no sangue. Aos romances e tragédias, ele costuma adicionar doses de fantasia e crítica social. Seus monstros costumam ser bastante concretos, construídos com maquiagem e fantasias mais do que com computação gráfica. Há um ar neogótico e steampunk em seus trabalhos.
Hayao Miyazaki
Fundador do Studio Ghibli, estúdio japonês de animação, Miyazaki conquistou o ocidente com “A Viagem de Chihiro” e “O Castelo Animado”, mas, muito antes disso, já tinha mostrado sua maestria em filmes como “A Princesa Mononoke”, “Nausicäa do Vale do Vento”, “O Serviço de Entregas da Kiki” e o clássico “Meu Amigo Totoro”. O diretor é um dos poucos que ainda desenham à mão, por isso seus filmes sempre trazem o seu traço característico e lembram pinturas.
Michael Bay
Explosões, carros, mulheres, robôs gigantes, explosões, tiros, robôs gigantes montados em dinossauros, etc, etc, etc. Michael Bay é o estereótipo de diretor de “filmes com testosterona” e ação é com ele mesmo. Seus títulos mais famosos são “Pearl Harbor”, “Armageddon” e os quatro da franquia “Transformers”. Ele também produziu o remake de “As Tartarugas Ninja”.
Michel Gondry
O cineasta francês tem um pé no chão e outro nas nuvens. Conhecido por “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, “Sonhando Acordado”, “Besouro Verde”, “Rebobine, Por Favor” e “A Espuma dos Dias”, o artista costuma criar grandes dramas românticos ou aventuras cômicas em contextos que lembram a realidade, mas têm um quê de fantasia.
Quentin Tarantino
Naturalmente pop, Tarantino consegue mesclar suas referências favoritas – cultura japonesa, faroeste e quadrinhos, principalmente – em projetos que têm a sua assinatura inconfundível. Seus filmes também costumam ser muito sangrentos (num ponto tão exagerado que deixa de ser realmente violento) e sua narrativa é, quase sempre, alinear.
Stanley Kubrick
Simetria, geometria, jogos de cor e uma relação muito íntima com a moda. Os filmes de Kubrick – poucos, mas todos clássicos – prezam pela harmonia visual e trazem ideias muito fortes sobre sociedade e política. “Glória Feita de Sangue”, “Dr. Fantástico”, “2001: Uma Odisseia no Espaço”, Laranja Mecânica”, “O Iluminado” e “De Olhos Bem Fechados” são seus trabalhos mais conhecidos.
Steven Spielberg
O estilo de Spielberg está muito mais nos temas, nos detalhes e no posicionamento de câmera do que na aparência geral dos filmes. Mestre da aventura, o diretor de “Tubarão”, “Indiana Jones”, “E.T. – O Extraterrestre” e “Jurassic Park” também se sai bem nos dramas: “A Lista de Schindler”, “A Cor Púrpura” e “Lincoln” são assinados por ele. Normalmente, o diretor foca a câmera na reação dos personagens, explora espelhos e abusa dos flashes. Seus filmes têm um tom otimista e seus protagonistas são sempre bem intencionados.
Terry Gilliam
Com alma circense, o membro do grupo Monty Python não tem medo de arriscar. Autor e diretor de “Em Busca do Cálice Sagrado”, “Brazil”, “O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus” e “O Teorema Zero” e diretor, também, de “Os 12 Macacos e “Os Irmãos Grimm”, Gilliam usa o surrealismo para discutir temas cabeludos como identidade, religião e a vida em sociedade. Seus filmes costumam ter um tom distópico ou decadente, apesar do visual multicolorido.
Tim Burton
Diretor de “Os Fantasmas Se Divertem”, “Batman”, “Batman, O Retorno”, “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, “A Noiva-Cadáver”, “Sweeney Todd”, “Alice no País das Maravilhas” e “Frankenweenie”, Burton é um ilustrador que se tornou diretor, e leva suas experiências artísticas para a tela. Em seus filmes, é comum haver sempre um personagem que se parece com ele (magro, pálido, de olheiras profundas e cabelos desgrenhados) e o visual costuma se inspirar no gótico, com espirais e desenhos geométricos compondo ambientes expressionistas. Curiosidade: “O Estranho Mundo de Jack” não foi dirigido por Burton.
Wes Anderson
Apaixonado por tons pastéis, temas navais e clima retrô, Wes Anderson é, como Kubrick (talvez até mais), obcecado por simetria. “O Grande Hotel Budapeste”, “Moonrise Kingdom”, “O Fantástico Sr. Raposo”, “Viagem a Darjeeling” e “Os Excêntricos Tenenbaums” são alguns de seus filmes, sempre protagonizados por uma grande quantidade de personagens, normalmente impulsionados por grandes jornadas.
Woody Allen
Um dos diretores mais prolíficos de todos os tempos, Woody Allen consegue imprimir sua identidade em todos os seus trabalhos – mesmo lançando um filme por ano há mais ou menos cinquenta anos. A trilha sonora apoiada em jazz é uma de suas marcas mais fortes, mas os diálogos, sempre reflexivos e questionadores, também são característicos de seus trabalhos. Visualmente, os filmes de Allen costumam dar muita atenção às cidades onde são rodados, criando verdadeiros quadros com os personagens apequenados em meio a cenários expressivos. E sempre há uma musa, é claro. “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, “Manhattan”, “A Rosa Púrpura do Cairo”, “Melinda e Melinda”, “Match Point”, “Vicky Cristina Barcelona”, “Meia-Noite em Paris” e “Blue Jasmine” são só alguns dos seus sucessos.
Por Juliana Varella
Atualizado em 10 Nov 2015.