São raros os diretores que podem ser chamados de “autores”, e Paul Thomas Anderson certamente é um deles. Responsável pela direção, roteiro e produção de praticamente todos os seus filmes, Anderson soube se colocar como artista desde o primeiro longa (num total, por enquanto, de apenas sete) e transformou a carreira dos atores que trabalharam com ele, extraindo sempre grandes atuações.
Saiba mais sobre os filmes deste diretor:
Vício Inerente (2015)
O mais recente trabalho do diretor repete a parceria com Joaquin Phoenix, desta vez no papel de um detetive particular mergulhado num universo de drogas e conspirações. O filme é uma adaptação do romance de Thomas Pynchon e tenta provocar no espectador a mesma sensação de confusão e de viagem psicodélica que têm seus personagens. O resultado tem dividido opiniões.
O Mestre (2012)
Seja pela polêmica envolvendo a Cientologia, seja para ver as atuações de Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix (revivendo das cinzas, trocadilhos à parte), “O Mestre” foi aquele filme que todo o mundo queria ver em 2012. Nem todos ficaram satisfeitos, contudo: o longa não se aprofunda tanto na religião em si, nem tem um roteiro particularmente ágil, ou esclarecedor, mas explora a loucura em potencial nos dois protagonistas (mais uma vez, mestre e pupilo), que se provocam e se tornam destrutivamente dependentes.
Sangue Negro (2007)
Vencedor de dois Oscars e indicado a outros seis, “Sangue Negro” estabeleceu Anderson, de uma vez por todas, como um dos grandes diretores de sua geração. O filme toca em temas frequentes em sua filmografia, como o poder das instituições religiosas, a ganância e a consequente deterioração das relações familiares. Daniel Day-Lewis (vencedor do Oscar pelo papel) vive Daniel Plainview, um homem que compra a propriedade de um líder religioso para explorar petróleo.
Embriagado de Amor (2002)
Depois de três dramas intensos com personagens extremamente perturbados, uma comédia romântica com Adam Sandler parecia ser a última coisa que P.T. Anderson faria. O diretor, porém, não apenas levou adiante o projeto como fez de “Embriagado de Amor” um dos melhores títulos na carreira de Sandler. O ator interpreta um homem com um transtorno depressivo que o faz explodir de tempos em tempos, mas que precisa superar o problema por uma mulher.
Magnólia (1999)
Mais uma vez, um filme de P.T. Anderson foi indicado a três Oscars, incluindo o de melhor roteiro (assinado por ele). “Magnólia” marcou, provavelmente, o momento mais reflexivo e experimental da carreira do cineasta, mas também se tornou um de seus títulos mais respeitados, especialmente por conseguir inserir uma cena como a chuva de sapos sem que parecesse deslocada. O longa acompanha as histórias entrelaçadas de diversos personagens, todos lidando de alguma forma com amor e perda.
Boogie Nights: Prazer Sem Limites (1997)
Quem diria que um filme sobre a indústria pornográfica dos anos 70 levaria três indicações ao Oscar? Em “Boogie Nights”, Anderson mostra pela primeira vez a que veio, abordando um tema inusitado com seriedade, uma pitada de bom humor e extremo detalhismo, deixando de lado o glamour para se concentrar na construção de um personagem prestes a cair no abismo da fama. O longa ajudou a catapultar a carreira de Mark Wahlberg.
Jogada de Risco (1996)
No primeiro e ainda inseguro longa de Paul Thomas Anderson (o único que ele não produziu), John C. Reily interpreta John, um homem perdido que encontra em Sydney (Philip Baker Hall) uma figura paterna (relação de tutelagem que veremos em quase toda a filmografia de Anderson). Sydney o introduz à rotina de jogos e apostas e transforma sua vida, mas a parceria bem sucedida dos dois é ameaçada quando John se apaixona pela prostituta Clementine (Gwyneth Paltrow).
Por Juliana Varella
Atualizado em 27 Mar 2015.