Se você está cansado de filmes de super-heróis e procura uma obra mais “pé no chão” (ou quase) para conferir neste fim de semana, temos a dica perfeita. Estreia no dia 11 de agosto o longa francês “A Viagem de Meu Pai”, dirigido por Philippe Le Guay e baseado numa peça de Florian Zeller, que conta a história de um idoso que, diante dos primeiros sinais de Alzheimer, reage tornando a vida de sua filha (e de todos à sua volta) um inferno. O longa é um misto de comédia e drama e traz uma visão emocionante sobre a doença.
Confira 4 motivos para não perder esta estreia:
1. É um filme francês
Quem acompanha o cinema francês sabe que o estilo do humor é bem diferente do que o dos filmes americanos ou mesmo brasileiros: toda comédia tem um pouco de drama e todo riso vem da identificação com alguma situação do cotidiano, por vezes dolorosa. Em “A Viagem de Meu Pai”, não é diferente: apesar de engraçada, a perda de memória do protagonista e seu comportamento inconveniente são partes de uma realidade trágica, mas encarada com certa poesia.
2. Você vai amar e odiar o protagonista
O protagonista, aliás, é a estrela do filme. Interpretado por Jean Rochefort, Claude Lherminier é um empresário aposentado, tarado e carente, que abandonou o cargo nas mãos da filha, mesmo contando a todo o mundo que foi afastado à força. Sua relação com ela é a pior possível: por mais que ela sacrifique sua vida pessoal para cuidar do pai, ele se interessa apenas pela chegada da outra filha, que acredita que virá de Miami a qualquer momento. O quanto disso tudo é verdade e o quanto é sua imaginação, vamos compreendendo aos poucos, já que o seu mundo é um grande misto de realidade e fantasia.
3. Você vai ser invadido por um turbilhão de sentimentos
“A Viagem de Meu Pai” é um filme altamente emocional que provoca um pouco de tudo: incômodo no início, depois risadas, lágrimas, raiva e, por fim, fascinação, não apenas pela história de Lherminier, mas também pela forma como ela é contada. A cada lapso de memória, por exemplo, temos um corte no tempo ou no espaço e a cada confusão do protagonista, somos confundidos também, como se enxergássemos o mundo de dentro de sua mente idosa.
4. O tema é pesado, mas a abordagem não é
A degeneração da mente tem sido um dos grandes temas do cinema recente e, apesar de ser um assunto necessário, ele também é uma espécie de bicho de sete cabeças, temido e desagradável. É por isso que a escolha de Le Guay de narrar a história pelo ponto de vista de Lherminier é tão importante: acompanhando seu raciocínio e saltitando entre suas lembranças, temos uma visão mais humanizada do doente, enxergando-o como uma pessoa normal que, talvez, tenha se libertado da realidade para viver num mundo de sonhos.
Por Juliana Varella
Atualizado em 13 Ago 2016.