Gore Verbinski está de volta ao suspense, e retorna mais ambicioso do que nunca. O diretor, conhecido por “O Chamado” e por três filmes da franquia “Piratas do Caribe”, traz agora aos cinemas o misterioso “A Cura”, protagonizado por Dane DeHaan e Mia Goth.
O filme é inspirado no romance alemão “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann, e conta a história de um jovem corretor de ações que é enviado a um sanatório nos Alpes Suíços para encontrar um dos diretores da empresa onde trabalha e trazê-lo de volta a Nova York. Lá, porém, ele sofre um acidente e, pouco a pouco, vai deixando de ser um visitante para se tornar mais um paciente.
O longa explora bem a atmosfera de suspense e aposta na ideia de um hospital antigo – com práticas inspiradas na medicina primitiva – para provocar medo e, acima de tudo, aflição. A fotografia esverdeada, cheia de espelhos e superfícies escorregadias, ajuda a criar um ambiente tão obcecado por higiene e água quanto seus personagens são por pureza e dinheiro.
O erro de “A Cura” é tentar se explicar demais e, no caminho, desviar de um suspense psicológico que poderia funcionar como uma grande metáfora do capitalismo (como os pacientes do sanatório, também somos atraídos pela promessa de sucesso como criaturas submissas) para um horror mais físico e mastigado. No lugar de uma interpretação subjetiva para a situação do protagonista, temos um inimigo externo de carne-e-osso (e enguias), que não deixa margem para questionamentos ou reflexões.
“A Cura” estreia no dia 16 de fevereiro.
Assista:
- Se você gosta de suspense e fantasia;
- Se você quer ver um filme com uma bela fotografia;
- Se você quer ver um filme com uma atmosfera própria e envolvente.
Fuja:
- Se você não quer ver um filme excessivamente longo;
- Se você tem pavor de enguias e outras criaturas deslizantes;
- Se você não gosta de filmes com elementos absurdos ou fantásticos.
Por Juliana Varella
Atualizado em 16 Fev 2017.