Em Canções de Amor, o triângulo amoroso entre Ismael (Louis Garrel, de Os sonhadores), Julie (Ludivine Sagnier, de Swimming Pool) e Alice (Clotilde Hesme, que já havia trabalhado com Garrel em Amantes Constantes) é interrompido por uma tragédia. Após a separação, Ismael - um Garrel mais charmoso e carismático que em seus outros filmes - vive a perambular por Paris. É quando conhece Erwann - o desconhecido Grégoire Leprince-Ringuet -, um jovem estudante que vai lhe dar um novo prisma do mundo e, quem sabe, do amor.
Num novo sentido em sua vida para superar a tragédia e viver um novo amor, Ismael - e todo o elenco -, desfilam pelas ruas e apartamentos de uma Paris chuvosa e nublada, cantando seus dilemas, medos e alegrias.
As canções de amor, interpretadas pelos próprios atores, soam modernas, com o inconfundível estilo francês, fazendo do filme um deleite para olhos e ouvidos. Personagens carismáticos e a direção segura e delicada de Christophe Honoré (Em Paris e o mais recente A bela Junie, ambos com Garrel) agradam os fãs do gênero. Para quem assiste, a sensação é de empatia no amor, que emerge da tela em olhares, toques e músicas, tudo bem ao estilo parisiense. Seja o amor presente, ausente ou idealizado, o filme faz uma homenagem aos musicais, que reinaram nos dourados anos 50 e têm retornado com uma roupagem (não tão) nova nas telas de cinema.
Uma pequena pérola, que tem tudo para cativar e se tornar um dos filmes preferidos daqueles que ainda acreditam no amor e nos musicais. Afinal, como li uma vez: o problema do amor é que não conseguimos falar dele sem citar velhas canções.
Quem é o colunista: Um jornalista aficcionado por cinema de A a Z.
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Pecado gastronômico: Lasanha.
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Atualizado em 6 Set 2011.