De Los Angeles
Diferente de suas personagens tapadas e sem noção, Anna Faris é muito mais que um rostinho bonito. A atriz que começou o sucesso com Todo Mundo em Pânico fala de seu estilo de trabalho, importância das comédias hoje em dia e mostra que entende do que faz mesmo quando interpreta mais uma loira burra em A Casa das Coelhinhas, que estréia no circuito brasileiro. Confira entrevista exclusiva do Guia da Semana!
Fábio Barreto: É verdade que você não tinha nenhuma intenção de fazer comédia?
Anna Faris: É, tudo começou quando cheguei a Los Angeles. Fui fazer o teste para Todo Mundo em Pânico, pois precisava de trabalho e, quando voltei para casa, eu e minha companheira de quarto concordamos que não tinha a menor chance, afinal, eu não sou engraçada! Levei um susto quando passei e juro que ia trabalhar todos os dias esperando que alguém se tocasse e me mandasse embora. Ainda bem que funcionou e aí comecei a gostar das comédias.
E quando começou no gênero deu de cara com uma necessidade mais física e boba ou existe espaço para humor mais inteligente?
Anna Faris: Sempre fui uma garota muito séria. Pelo menos pensava assim. Quando fiz as primeiras comédias, percebi que era possível ser inocente e mais complexa ao mesmo tempo, claro, se o papel permitir. Mas sei que o objetivo da maioria dos meus filmes é deixar o público relaxado e entretido, então não dou a mínima quando me chamam de loura burra. Já liguei muito para isso, mas consegui separar o que interpreto de quem eu sou. Mas uma coisa eu digo, pode apostar que sou a única comediante que nunca vai fugir da raia em prol do personagem ou de uma boa piada. O filme precisa disso e eu me entrego.
E qual foi a coisa mais bizarra que você já teve que fazer?
Anna Faris: A cena de sexo do primeiro Todo Mundo em Pânico, com certeza! Aquele monte de pêlo voando foi algo totalmente nojento!
Quando você faz algo assim chega a pensar em como a imprensa vai encarar os exageros? Afinal de contas, quase tudo ganha mais importância do que realmente tem...
Anna Faris: Não penso nisso, mas sempre fico assustada com esse tipo de leitura. Esse gênero existe para ser engraçado e divertir, então, qualquer análise que extrapole a comédia pura e simples só serve para algumas pessoas tentarem vender mais jornais... ou ingressos! Sempre fiz filmes ofensivos e cheios de estereótipos, mas todos engraçados. Se começar a me preocupar com o que todo mundo pensa, minhas comédias vão ficar sem sal e as chances de falha aumentam um bocado. Por exemplo, Observe and Report, meu próximo trabalho com Seth Rogen, é um dos filmes mais agressivos e preconceituosos que já fiz, pelo menos de acordo com os críticos. Já tem gente exagerando e ainda nem estreou, acredita!? (risos)
Sua personagem em A Casa das Coelhinhas faz algo muito estranho com a voz. Parece o Exorcista! De onde veio essa idéia?
Anna Faris: Acho que vou ter que fazer essa voz pelo resto da minha vida agora! Pediram que eu fizesse alguma coisa engraçada para não ser ´só´ uma coelhinha sem-teto, então pensei na voz diferente. Juro que foi a coisa mais esquisita, feia e nojenta que já fiz, só que a equipe começou a rir sem parar, então deixamos no filme! Isso eu até repito, mas juro que nunca mais me arrisco num bueiro, vai que encontro um com ar quente e me queimo de verdade!
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Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.
O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.
Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!
Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.
Atualizado em 6 Set 2011.