Quinze anos atrás, Naomi Watts e uma menininha de longos cabelos molhados se enfrentaram num jogo de gato-e-rato e provocaram pesadelos com a história do vídeo que, após assistido, era sinônimo de morte certa em sete dias. Agora, à medida em que “O Chamado 3” começa a chegar aos cinemas, as lembranças daquele que se tornaria um clássico moderno do horror vão voltando à tona e tornando evidente o quanto “O Chamado”, de Gore Verbinski, e “Ringu” (o original japonês), de Hideo Nakata, estabeleceram as bases para uma nova fase do gênero nos anos que se seguiram – tendo seus truques copiados e replicados até perderem completamente seu poder de assombração.
O que, então, esta tardia sequência poderia trazer de diferente, se fitas amaldiçoadas, telefonemas ameaçadores e criancinhas macabras já não têm mais o mesmo apelo? O diretor F. Javier Gutiérrez e seus três roteiristas, infelizmente, também parecem não saber.
“O Chamado 3” coloca Samara Morgan novamente em ação, perseguindo um grupo de estudantes que, iludidos por um professor (Johnny Galecki, de “The Big Bang Theory”), se envolvem num esquema de “pirâmide”, assistindo ao vídeo e repassando a maldição sistematicamente aos próximos desavisados, para salvarem a própria pele. Eventualmente, é claro, alguém morre e começa a corrida contra o tempo.
O longa se demora bastante na reconstrução da história de Samara (que contradiz os filmes anteriores em alguns pontos) e espalha pouquíssimos elementos de horror ao longo do caminho. Para quem espera ansiosamente pelo frio na espinha, o fato é que ele nunca vem e “O Chamado 3” acaba se contentando em ser apenas um suspense perdido em clichês e más atuações.
Assista:
- Se você é fã da franquia e quer matar as saudades;
- Se você procura um filme para distrair a cabeça;
- Se você quer perder o medo de Samara Morgan.
Fuja:
- Do trailer. As imagens divulgadas antes do filme contêm spoilers importantes;
- Se você não quer ver um filme que recicla elementos usados nos episódios anteriores;
- Se você procura um filme assustador.
Por Juliana Varella
Atualizado em 2 Fev 2017.