Lilia Cabral interpreta Mercedes, uma mulher de 40 que acaba de se separar
Algumas pessoas encaram uma visita ao psicanalista como algo para loucos. Outros, como uma necessidade. Mas poucos o fazem por curiosidade. Independente da razão, a desventura de deitar-se em um divã pode transformar a vida de uma mulher comum numa verdadeira aventura. É exatamente desta premissa que parte a história contada por Divã, adaptação para as telas do livro de Martha Medeiros, em cartaz nos cinemas brasileiros.
O longa conta a história de Mercedes, uma mulher de 40 anos, às voltas com as alegrias e desafios da sociedade contemporânea. Casada e mãe de dois filhos, um belo dia a personagem decide procurar um psicanalista, sem razão aparente. O que era apenas uma curiosidade se transforma em uma experiência devastadora, que provoca uma série de mudanças em sua vida cotidiana, abordadas de modo cômico e divertido.
Questões femininas
Durante o processo de separação ela se envolve com um garotão, interpretado por Cauã Reymond
Do livro para o teatro, do teatro para o cinema. Assim é a trajetória do filme, que teve o enredo descoberto pela atriz Lilia Cabral em 2003, que idealizou o projeto ao lado do diretor Marcelo Saback. "Durante três anos encenei o romance nos teatros do Brasil. Nunca passei por uma mudança como a de Mercedes. Mas já sofri grandes transformações após traições, com a mesma necessidade de encontrar um garotão, como ela faz", conta a atriz.
A abordagem sincera do cotidiano e das reflexões da alma feminina conquistaram a plateia, em um espetáculo que ficou em cartaz durante três anos, assistido por mais de 175 mil espectadores. "Estava feliz com aquele sucesso, mas assim como a Mercedes eu queria mais", explica Lilia. Foi nesse momento que o diretor José Alavarenga Júnior entrou em cena, para levar a história às telonas. "Eu assisti a peça e achei que ali tinha um filme".
Os garotões em questão são interpretados por Reynaldo Giannechini e Cauã Reymond. Para viver Theo, um dos casos de Mercedes, Giannechini se inspirou em sua experiência pessoal de relacionamentos com mulheres mais velhas. "Idade não é uma questão para mim, porque isso depende muito do que você busca no momento. Mas é bom se relacionar com alguém que já viveu e passou por tantas coisas, que não comete aquelas bobagens de quando somos jovens", afirma o galã.
José Mayer, que interpreta o marido de Mercedes, conta que o interesse pelo papel, além do bom roteiro, se deu pela sua admiração do trabalho de Martha Medeiros: "Eu já era fã de Martha. Mas o filme tem conteúdo, não é uma comédia que busca o riso facilmente. Homens também se reconhecem ali", conta o ator, casado há mais de 30 anos com a atriz Vera Varjado.
Expectativa
Lilia Cabral em uma das cenas extraídas da comédia de Martha Medeiros
Seguindo a onda de comédias nacionais bem-sucedidas como Se Eu Fosse Você 1 e 2, a equipe aposta em uma ótima repercussão para o longa. "É difícil falar de números, mas confio no conteúdo e na qualidade do enredo. Os espectadores sempre identificam a história com algum conhecido. É um tema universal", afirma Iafa Britz, produtora executiva do filme.
Mas para Alvarenga, é melhor não fazer comparações com outras películas do gênero. "Falar em uma superbilheteria é pretensioso. Por mais que o filme se comunique com a plateia, não dá para saber. Há diversos outros fatores envolvidos, como boca-a-boca e distribuição. Mas acreditamos que dá para fazer sucesso, mesmo sem os números de Se Eu Fosse Você", finaliza.
Atualizado em 6 Set 2011.